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Liberdade ou escravidão (a maior batalha de 2020)

Assisti recentemente pelo Youtube uma maravilhosa palestra de Dom Bertrand de Orléans e Bragança ministrada no Centro Dom Bosco, uma nova associação de leigos católicos. O descendente da Princesa Isabel mencionou ao final da sua brilhante exposição sobre a “Vocação Católica do Brasil”, uma citação de um padre espanhol que afirmava que o estado laico, nada mais é do que exclusão de Deus do nosso horizonte, do nosso panorama (e eu complemento da nossa realidade concreta), no que ele concluiu dizendo que onde se exclui Deus, o próprio estado tende a assumir esse papel.

Essa triste constatação do sacerdote espanhol nunca se fez tão real e atual para nós brasileiros, como agora na presente crise do coronavírus, e principalmente na maneira pouco usual para se dizer o mínimo, como o estado a está enfrentando. É fato que desde que Adão pecou, a morte e a doença entraram no mundo, mas mesmo diante de doenças muito piores do que esta, nunca se tinha ouvido falar antes de isolamentos em massa impostos do dia para noite a milhões de pessoas sãs. Isso é espantoso! Nem mesmo da obrigação e massificação do uso de máscaras, inclusive para pessoas sãs e ao ar livre, e o pior, sem o devido respaldo científico ou racional para isso, e acrescento ainda, sem medir as consequências do uso prologando dessas focinheiras por exemplo em pessoas que já possuam problemas respiratórios, crianças, idosos, etc. Pensem o que quiserem a respeito disso, mas uma coisa eu lhes garanto, isso nunca foi, nem nunca será boa ciência, porque a boa ciência não é aplicada pelo calor ou pressão da mídia e nem pelo arbítrio de autoridades despreparadas que não medem as consequências de suas decisões e nem pensam na proporcionalidade de suas ações. 

Essas medidas draconianas tomadas de supetão e no atacado, como se estivessem seguindo um estranho comando superior, escondido nas sombras, são medidas que afetaram bilhões de pessoas em todo o mundo e sem um mínimo de certeza de sua eficácia, devido principalmente ao seu ineditismo e pressa com que nos foram impostas, ao mesmo tempo que já se sabia de antemão que os efeitos colaterais de tais medidas causariam coisas terríveis como fome, desemprego em massa, quebradeiras, recessões econômicas graves e em alguns casos até depressões econômicas (Argentina possivelmente), agravamento de doenças crônicas com aumento dos seus óbitos, suicídios, crises de ansiedade, depressão, aumento dos casos de violência doméstica e abuso infantil. Como foi possível se tomar tão graves decisões sem medir seus efeitos? Onde que as nossas autoridades estavam com a cabeça quando embarcaram nessa? Qualquer pessoa constituída em dignidade e autoridade, deve ser prudente, medir as consequências dos seus atos e querer o bem do seu povo. Agora façam o seguinte exercício de abstração, e pensem no governador de São Paulo, João Dória, em Giuseppe Conte, primeiro ministro da Itália e em Alberto Fernández presidente da Argentina, e tentem imaginar se eles agiram pensando no bem do seu povo quando lhes impuseram o lockdown e demais medidas restritivas de liberdade.

Ao refletir sobre o atual agigantamento do estado e a sua intromissão em demasia em nossa vida privada e familiar, quis conhecer algumas portarias e notas técnicas da Secretaria de Saúde do Governo Socialista do Estado do Espírito Santo a respeito do coronavírus. Ali está em detalhes e na prática tudo aquilo que tento expor nessas breves linhas, a dominação total do estado sobre todos os aspectos da nossa vida, sob a alegação de se combater um inimigo invisível. Leiam, é impressionante. Custa-me constatar que tamanho ataque a liberdade humana e aos nossos direitos não tenha tido maiores repercussões em nossa mídia e sociedade. 

O Secretário Comunista de Saúde, Nésio Fernandes, passou a disciplinar todo o comportamento do cidadão espírito-santense com um controle e penetração da nossa vida pessoal e social que faria inveja a qualquer ditador do século passado. Em uma dessas portarias, no caso a 186-R, se lê em um dos seus itens: “XII - deverá ser evitado o cumprimento entre pessoas por meio de contato físico;”. Isso é apenas uma pequeníssima amostra da ditadura sanitarista que se impôs no estado do Espírito Santo comandado por socialistas e comunistas, com o apoio descarado da mídia. O silêncio das autoridades religiosas, principalmente as católicas, diante de tudo isso é no mínimo perturbador.

Tudo isso nos foi imposto de cima para baixo, contra a nossa percepção da realidade, o senso comum, e mesmo as muitas opiniões médicas e científicas que se manifestam no sentido oposto das arbitrariedades estatais. Não existe unanimidade médica e científica em relação as essas medidas draconianas e desproporcionais que nossas autoridades têm nos imposto, embora os especialistas escolhidos para aparecer na TV, sempre incensem as medidas restritivas.  Só para vocês terem ideia, mil médicos estiveram recentemente com o Presidente Bolsonaro em Brasília para defender o tratamento precoce a base de cloroquina, embora pouco se tenha noticiado a esse respeito.  

O estado tem nos tratado como se todos fôssemos alunos do maternal, ou incapazes e que  por isso precisaríamos da supervisão da tia da creche em tempo integral para não colocarmos alguma coisa na boca ou coisa parecida. Isso já passou há muito tempo do ridículo. O estado-babá na verdade é uma etapa anestésica para que o Leviatã preconizado por Hobbes nos domine sem maiores resistências e alarde. (Hobbes dizia que a vontade do estado era o suficiente para dar valor a uma lei, desvinculando esta de qualquer valor moral ou transcendental preexistente, ou seja, o arbítrio estatal em estado puro). 

O medo é a ferramenta de controle ideal para essa implementação desse estado-deus que surgiu no esteio do estado laico e antirreligioso, e parte de nossas autoridades sempre souberam disso. Por esse motivo é tão importante manter o clima de medo e tensão o maior tempo possível, pois uma população que aprendesse a lidar com a atual situação sem que o estado precisasse ficar o tempo todo a vigiando poderia frustrar os planos daqueles que desejariam ter o controle absoluto sobre nossas vidas

Lá na Itália após a queda abissal no número de mortos e internações que praticamente já decretou o fim da pandemia, os noticiários continuam a ser preenchidos com os novos infectados garimpados pelas dezenas de milhares de novos tampões diários que agora estão sendo realizados. Bom que se diga que agora estão sendo aplicados mais testes do que na época do pico da pandemia, segundo o YouTuber,  Daniel Dandrea. Com isso se mantém a tensão alta sobre o povo, justificando assim a perpetuação de medidas draconianas para quem sabe depois de um certo tempo se impor uma vacinação obrigatória aos italianos como única alternativa aceitável para o retorno à normalidade. É até possível que o povo italiano se renda pelo cansaço, e aceite a vacina "salvadora" sem maiores resistências, mas nada disso é definitivo. Vocês duvidam que semelhante estratégia poderia ser aplicada ao Brasil? Eu não. Simplesmente porque tudo que fizeram aqui (lockdown, máscaras, campanha de terror e desinformação na mídia), foi testado primeiro na Itália. Se não aproveitarmos esse "gap" para despertarmos e reagirmos como um povo que ainda é capaz de pensar e questionar, a nossa liberdade e a de nossos filhos estará em sério risco.

Destaque-se também que as estatísticas de mortalidade por covid-19 ainda estão contaminadas por um estranho protocolo adotado em nível global que obriga a computação de mortos “COM” covid-19 como se fossem mortos “POR” covid-19. Tudo isso se deve sobretudo a proibição de autópsias que inacreditavelmente perdura até o presente momento, o que não possibilita identificar com certeza a causa efetiva do óbito, ou seja, se foi mesmo covid, ou uma comorbidade preexistente que matou o paciente.   Uma vez que só o fato de positivar um falecido nos testes já é suficiente para se declarar que o óbito foi por covid, é de se esperar que a estatística de mortos por essa doença esteja muito majorada e não corresponda de forma alguma a realidade dos fatos. Tudo isso sem mencionar os incríveis casos de pessoas vítimas de acidentes e até atropelamentos que acabaram entrando também para a estatística do covid, como já é do conhecimento de todos. 

Na verdade, essa questão de se determinar com mais certeza um correto índice de mortalidade do covid, longe de ser algo periférico ou secundário, é na verdade algo central, fundamental e urgente para entendermos corretamente essa pandemia e quais as medidas que se devam tomar ou abandonar. Muita coisa foi feita no desespero e sem ponderação. Enquanto os presidentes Trump e Bolsonaro (conservadores e não alinhados a NOM) não se empenharem  de verdade para desbaratar essas coisas que saltam aos olhos de qualquer leigo minimamente informado,  revisando por exemplo essa recomendação de se proibir autópsias, e adotando critérios mais claros e objetivos para se identificar a causa real de uma morte e assim finalmente levarem transparência aos seus respectivos países, ficaremos reféns daqueles que desejam amplificar “ad infinutum” os números da pandemia, porque já  é público e notório que foi montada toda uma super estrutura econômica em torno dela. Vejam por exemplo a dinherama liberada para os internados por covid, os hospitais de campanha, etc... é grana que não acaba mais e há quem queira que esse fluxo não cesse tão cedo. Enfim, usar testes como medida suficiente para se determinar causa mortis não deveria jamais ser um padrão aceitável, e, no entanto, estamos a engolir já há sete meses tais dados com tão pouca confiabilidade e transparência. Há quem interessa tanta nebulosidade e confusão na divulgação de dados tão importantes? O fato é que enquanto essa situação anômala não for enfrentada de frente e com muita coragem por nossos governantes, continuaremos reféns das manipulações mais estranhas, descaradas e grotescas. Transparência é o mínimo que exigimos.

2020 escancarou de vez uma luta encarniçada que já acontece há muito tempo, um combate cultural e político, e diria principalmente espiritual entre duas visões do mundo totalmente antagônicas: uma que enxerga o ser humano como um indivíduo único, amado por Deus, dotado de liberdade, dignidade e racionalidade, em suma, um ser com uma alma racional, a imagem e semelhança de Deus e a outra materialista que enxerga o homem apenas como uma engrenagem de uma massa amorfa, e que por isso deve sacrificar sem dó tudo que é importante para sua vida, liberdade religiosa, razão e meios de subsistência pelo bem intangível e não comprovável de uma coletividade que no fim deve servir sem reservas ao estado-deus.  

Nunca  foi o caso de se defender atitudes egoístas, ou de se recusar fazer renúncias pelo bem comum, o que nos estão pedindo agora é algo totalmente diferente, é a aniquilação da nossa razão, a nossa prostração total diante das exigências mais absurdas e sem quaisquer provas de eficácia, e caso não cedamos bovinamente àquilo que eu definiria como a nova superstição higienista estatal, seremos punidos, ou ao menos seremos classificados como desumanos e insensíveis. 

Sejamos solidários e prudentes, sobretudo com os vulneráveis, mas não abramos mão da nossa capacidade de pensar e questionar em nome de uma falsa obediência aniquiladora. No ocaso de nossa vida, seremos julgados pela nossa obediência ao Evangelho de Cristo, e não pela obediência cega à decretos estúpidos, irracionais, desproporcionais , e arbitrários que humilham a nossa dignidade e liberdade de filhos de Deus.

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