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Mostrando postagens de dezembro, 2019

Um Presidente acuado (e irreconhecível)

“Entre a desonra e a guerra, eles escolheram a desonra, e terão a guerra.” ( Winston Churchill) Totalmente inacreditável a sanção do Presidente Bolsonaro ao artigo do pacote anticrime que prevê a criação esdrúxula do tal "juiz de garantia", mesmo depois de ter sido alertado pelo seu ministro e conhecedor de causa, o ex-juiz Sérgio Moro. Incrível que tantos brasileiros apareceram para defender o indefensável numa demonstração cabal de lealdade exagerada ao presidente que errou. Esses bajuladores fazem muito mal ao presidente e ao país também. Bolsonaro é um homem bom, tem caráter e virtudes que o fizeram chegar ao posto mais importante da nação. No entanto, nesse primeiro ano, que deve ser o mais difícil do mandato foi engolido pelo  establishment . O seu receio de enfrentar um sistema caquético cristalizado no triunvirato Maia, Alcolumbre e Toffoli pôde ser observado em muitas situações. Falas comedidas e acovardadas em relação aos abusos dos demais poderes, sobretudo o f

Apascente-nos, Francisco!

  “Perguntou-lhe pela terceira vez: Simão, filho de João, amas-me? Pedro entristeceu-se porque lhe perguntou pela terceira vez: Amas-me? e respondeu-lhe: Senhor, sabes tudo, tu sabes que te amo. Disse-lhe Jesus: Apascenta as minhas ovelhas.”                         (São João 21,17.) A tríplice pergunta do Senhor a São Pedro e as tréplicas de Nosso Senhor pedindo para que o apóstolo apascentasse as suas ovelhas, nos revelam a misericórdia e o zelo de Deus para com sua Igreja, dando-lhe um pastor capaz de confirmar seus fiéis na Fé mediante a assistência indefectível e perene do Espírito Santo. Pedro, ou seja, o Papa que tem o seu carisma é o “ princípio e fundamento perpétuo e visível da unidade de fé e comunhão” (Lumen Gentium) , um verdadeiro dom de maneira a nos preservar dos erros e confusões doutrinais nos confirmando na mesma Fé verdadeira dos Apóstolos. Infelizmente, e diga-se também incrivelmente, esse caráter pastoral do Sumo Pontífice que tem a sublime missão de nos conf

Não sejamos cristãos moles. Feliz Natal, sem Netflix!

"Buscai em primeiro lugar o Reino de Deus e a sua justiça e todas estas coisas vos serão dadas em acréscimo." (S. Mateus 6, 33.) Gente mais influente e capacitada do que eu, já se manifestou sobre o terrível vilipêndio contra Nosso Senhor Jesus Cristo e a Fé cristã realizado pelo grupo de “humor”, Porta dos Fundos,  em parceria com a Netflix  naquilo que eles debochadamente chamaram de  “Especial de Natal” , não podia, eu também, deixar de dar a minha contribuição. O tamanho da afronta é imensurável. Impossível a um cristão de verdade ser indiferente às imensas blasfêmias e ofensas Àquele que nos é mais caro, o nosso amado Salvador Jesus, em que pese o tempo em que ocorreu tudo isso, o período do Advento, que é justamente o tempo preparatório para a celebração do Santo Natal. Mas o que nós cristãos, católicos podemos fazer diante de um caso desses? Primeiramente nos questionarmos: como eu reagi diante desse escárnio? Essa afronta me incomodou? Tocou-me? Indignou-me? Ou

A Lei da Vacina sancionada por Hartung: cresce o poder do estado, as famílias ficam ainda mais acuadas.

Nesta semana, terça-feira, dia 03/12/2019 fui renovar a matrícula dos meus filhos na escola particular em que eles estudam no interior do estado do Espírito Santo. Para minha surpresa, a secretária da escola muito educadamente pediu que no ato de renovação da matrícula fosse apresentada a carteira de vacinação dos meus dois filhos como condição necessária para a rematrícula. A referida secretária não teve culpa de nada. Foi instada por um órgão de saúde do município a cobrar esses documentos dos alunos baseado, segundo ela, na portaria conjunta SEDU/SESA Nº 004-R, de 09 de abril de 2019 e na lei estadual 10.913 sancionada em 01/11/2018 no apagar das luzes do  último mandato do ex-Governador Paulo Hartung. Apesar da lei e portaria não condicionarem textualmente a matrícula escolar ao fato da caderneta do aluno estar em dia, é possível sentir uma certa ameaça  pairando nos textos. Tal exigência nem sei se é amparada pela nossa Constituição. Embora a portaria não se aplicasse às escolas

Desvio de rota

Rompemos os primeiros cem dias do governo Bolsonaro. Apesar de importantes vitórias como o fim da era do presidencialismo de coalizão e algumas ações exitosas de ministérios como o das relações exteriores e dos direitos humanos, a expectativa após a derrocada do PT era muito maior. O projeto cristão-conservador que elegeu Bolsonaro está sendo tragado pela agenda liberal da economia e pelo pragmatismo conciliador dos militares. A reforma da previdência que nunca foi relevante para o eleitor de Bolsonaro, se tornou a mola mestra do novo governo. Ganhamos a eleição, mas o sentimento é de derrota. Os melhores e maiores esforços do novo governo se concentram numa agenda economicista baseada na reforma da previdência. Em nome da tal governabilidade, afagos quase diários são direcionados a Rodrigo Maia, um conhecido adversário da “nova política” e da agenda conservadora. Para piorar ainda mais o quadro, o Advogado Geral da União emitiu, no início da semana, um parecer favorável ao inquérito t

O fim de um tempo

Estamos provavelmente no fim de um tempo. Não posso afirmar que se trata do “fim dos tempos”, a Parusia, o retorno glorioso de Nosso Senhor Jesus Cristo que só Deus sabe quando se dará, mas apenas do término de uma era marcada por um aparente eclipse de Deus que dá mostras (cansaço e vazio existencial do homem moderno) que está no seu ocaso. O processo de descristianização avançou a passos largos após a Revolução Francesa. Expulsaram Cristo da nossa sociedade, das nossas escolas e da nossa cultura. O homem virou as costas para Deus e hoje colhe o fruto amargo desta terrível escolha. Infelizmente, essa dessacralização penetrou até mesmo na Casa de Deus, e hoje a Igreja vive uma das piores e mais longas crises da sua história. Em II Tessalonicenses 2, 7a., São Paulo nos diz que o “mistério da iniqüidade já está em ação” . Interessante notar que o tempo verbal usado pelo Apóstolo, “está”, indica presente. Ou seja, já na era apostólica o germe do Anticristo, que nega tudo que é sagrado e s

O valor inigualável da Santa Missa

A Diocese de Cachoeiro de Itapemirim/ES, a qual pertenço, assim como muitas outras dioceses espalhadas pelo Brasil, adotou há mais de 30 anos o modelo de Comunidades Eclesiais de Base (CEBs) como alternativa pastoral ao modelo paroquial tradicional da Santa Igreja, mais estruturado em torno de uma Paróquia (Matriz). A ideia de se criar comunidades pequenas e acolhedoras, onde o católico teria uma maior possibilidade de colocar seus dons a serviço da comunidade possui os seus atrativos, é inegável. O problema prático que se impôs é que em tais comunidades, é comum que se celebre apenas uma Santa Missa dominical por mês (ou, às vezes, nem isso!), e assim foi se substituindo na vivência religiosa dos fiéis, infelizmente, a centralidade única do Santo Sacrifício da Missa dominical. Temos uma geração tão acostumada com Celebrações da Palavra que no imaginário (e na prática) de muitos católicos, esta substituiu completamente a Santa Missa, sendo possível até ouvir alguns disparates de fiéis