Rompemos
os primeiros cem dias do governo Bolsonaro. Apesar de importantes vitórias como
o fim da era do presidencialismo de coalizão e algumas ações exitosas de
ministérios como o das relações exteriores e dos direitos humanos, a
expectativa após a derrocada do PT era muito maior.
O projeto cristão-conservador que elegeu Bolsonaro está sendo tragado pela agenda liberal da economia e pelo pragmatismo conciliador dos militares. A reforma da previdência que nunca foi relevante para o eleitor de Bolsonaro, se tornou a mola mestra do novo governo.
Ganhamos a eleição, mas o sentimento é de derrota. Os melhores e maiores esforços do novo governo se concentram numa agenda economicista baseada na reforma da previdência. Em nome da tal governabilidade, afagos quase diários são direcionados a Rodrigo Maia, um conhecido adversário da “nova política” e da agenda conservadora. Para piorar ainda mais o quadro, o Advogado Geral da União emitiu, no início da semana, um parecer favorável ao inquérito tirânico do STF que transformou o país inteiro num quintal da Suprema Corte e com isso intimidou milhões de brasileiros de bem. Diante disso, o presidente Bolsonaro em vez de exonerar esse cidadão na mesma hora, saiu hoje em sua defesa numa “live” no Facebook. Isso, e as poses para foto no dia de ontem, com o vice Mourão, que em entrevistas já defendeu até liberação de aborto, foram as últimas gotas d´água para mim.
Fizemos a nossa parte para que Bolsonaro chegasse até onde ele chegou, demos a nossa contribuição, mas se o próprio governo não quer defender a sua real identidade, não serei eu a lutar por um espantalho.
Rezarei e torcerei pelo governo para que se reencontre, mas agora, com muito menos embate. Afinal, não foi para adular Presidente de Câmara, e nem para recuar diante da “ditadura de toga” que ganhamos inúmeros desafetos e elegemos o Capitão.
Coragem, Sr. Presidente.
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