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Um Presidente acuado (e irreconhecível)

“Entre a desonra e a guerra, eles escolheram a desonra, e terão a guerra.”

( Winston Churchill)

Totalmente inacreditável a sanção do Presidente Bolsonaro ao artigo do pacote anticrime que prevê a criação esdrúxula do tal "juiz de garantia", mesmo depois de ter sido alertado pelo seu ministro e conhecedor de causa, o ex-juiz Sérgio Moro.

Incrível que tantos brasileiros apareceram para defender o indefensável numa demonstração cabal de lealdade exagerada ao presidente que errou. Esses bajuladores fazem muito mal ao presidente e ao país também.

Bolsonaro é um homem bom, tem caráter e virtudes que o fizeram chegar ao posto mais importante da nação. No entanto, nesse primeiro ano, que deve ser o mais difícil do mandato foi engolido pelo establishment.

O seu receio de enfrentar um sistema caquético cristalizado no triunvirato Maia, Alcolumbre e Toffoli pôde ser observado em muitas situações. Falas comedidas e acovardadas em relação aos abusos dos demais poderes, sobretudo o famigerado inquérito das Fake News de Toffoli e Moraes, e as escolhas desastradas para a AGU e PGR, deram o tom conciliador e amedrontado do seu primeiro ano.

Mas nada irritou mais o eleitorado bolsonarista do que a sanção aos artigos absurdos como por exemplo o da criação do "juiz de garantia". O desejo de agradar a Maia e o Congresso sobrepujou e muito o dever de fazer a coisa certa e corresponder aos anseios da sociedade, ao menos nessa ocasião.

No entanto, uma coisa passou despercebida para alguns, o motivo alegado para sancionar esse jabuti foi muito pior do que a própria sanção presidencial. Bolsonaro escreveu o seguinte no seu Facebook: “Na elaboração de leis quem dá a última palavra sempre é o Congresso, ‘derrubando’ possíveis vetos. Não posso sempre dizer não ao Parlamento, pois estaria fechando as portas para qualquer entendimento.” Há um problema muito sério aqui. Em nome desse tal "entendimento" com o Parlamento, absurdos podem ser sancionados de maneira a não melindrar os presidentes das casas legislativas e seus colegas. Esse é, sem dúvida, o pior dos mundos, pois para garantir uma frágil governabilidade se aceitaria goela abaixo até mesmo jabuticabas como o "juiz de garantia".

Definitivamente não foi esse o Capitão que elegemos. Não queremos um presidente que afine, mas que vá à luta em nome do que é justo, bom e verdadeiro. Se tiver que vetar porcarias que vete, se o Congresso vai derrubar o veto depois, que derrube, mas Bolsonaro tem que fazer o certo, foi para isso que o elegemos. Não queremos mais do mesmo.

Reaja Capitão, se liberte dessa arapuca e dos maus conselheiros. Não tenha medo de um impeachment que talvez nunca venha. Faça o certo (Deus dá a coragem necessária!) ou ao menos tente fazer, e pague o preço que for preciso.

Deus te abençoe e fortaleça, Presidente.

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