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Bento XVI e sua presença providencial entre nós

Onze de fevereiro de 2013. Estava eu dirigindo meu carro junto com minha família para passar a segunda e terça de carnaval na casa de veraneio de uma tia de minha esposa em Nova Almeida. O celular toca, minha esposa atende. Era a minha irmã dizendo que Bento XVI havia renunciado. Na mesma hora eu a repliquei e falei que aquilo deveria ser mais um boato dos inimigos da Santa Igreja. Não era, infelizmente. Pela primeira vez em séculos um Pontífice renunciava. Senti-me órfão. Uma tristeza imensa se apoderou de mim. Demorei muito a me recompor. 

Eu sofri, muitos sofreram, mas muitos outros provavelmente esfregaram as mãos de satisfação. Era como se um terrível plano há muito tempo arquitetado tivesse alcançado naquele dia o resultado mais esperado. Não me entendam mal, não desconfio da validade da renúncia de Bento XVI, mas é preciso que se diga que tal renúncia pareceu ser também consequência do terrível boicote que este homem sofreu dentro e também fora da Igreja (muito tempo depois ficamos sabendo que uma grave e prolongada crise de insônia foi um dos principais, senão o principal motivo da renúncia de Bento). Muitos alegam que ele não deveria ter feito isso, mas só Deus e ele sabem tudo o que estava se passando. Não cabe a nós julgarmos o Papa emérito, mas respeitar sua decisão, ainda que ela nos tenha causado dor e confusão.

Quis Deus, no entanto, esticar a vida de Bento para o nosso bem e o da Igreja e também para o terror de todos os seus inimigos. Ele agora milita de outra forma, na oração, na contemplação, no humilde recolhimento. No entanto, apesar de Bento XVI ter prometido silêncio de maneira a não oferecer algum tipo de concorrência com o pontificado de Francisco, teve que falar devido às graves ameaças que pairam sobre a Igreja.

Para nossa alegria, ele não se calou, e dos altos dos seus 92 anos, junto com o eminente cardeal Robert Sarah nos brindou com algumas reflexões contidas num livro que tem um nome pra lá de sugestivo: “Das profundezas dos nossos corações”. Nele, Bento trata da riqueza do celibato sacerdotal e faz um contraponto a uma das ideias mais absurdas propostas no relatório final do sínodo da Amazônia que é o fim do celibato obrigatório para os sacerdotes daquela região. 

Deus tem os seus caminhos. Bento XVI continua entre nós, graças a Deus! Eu o vejo como um instrumento da Providência que serve como um verdadeiro estanque a impedir que os maus avancem ainda mais sobre a Igreja. Sem dúvida o Papa emérito foi uma dádiva para a Igreja, e continua sendo.

Obrigado Bento XVI. Deus lhe pague!

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