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Sobre o Hino da CF 2011

Iniciamos mais uma Quaresma e com ela aqui no Brasil mais uma Campanha da Fraternidade. Esse ano tratando de ecologia, proteção à Terra, meio ambiente, etc.

Tema atual e relevante é verdade, mas não posso deixar de manifestar minha contrariedade com  o hino da CF desse ano. O cristão mais atento perceberá que algumas estrofes  e o refrão não são condizentes com a doutrina cristã. Serei conciso analisando as partes que julguei no mínimo “estranhas”.

1. Olha, meu povo, este planeta terra:
Das criaturas todas, a mais linda!
Eu a plasmei com todo amor materno,
Pra ser um berço de aconchego e vida. (Gn 1)

Logo no início do hino duas coisas que me chamaram mais a atenção:

“Das criaturas todas, a mais linda!” Essa frase não condiz com o que lemos no Gênesis. Deus ao criar o universo, pôs o homem como ápice de toda a criação. Prova dessa centralidade humana é a encarnação de Deus em Jesus Cristo, isso sem falar na narração cronológica e hierárquica do Gênesis. A importância da Terra se dá sobre tudo por isso, por ser o habitat do homem.

“Eu a plasmei com todo amor materno.” Deus é Pai, e assim se revelou, não faz sentido então o “amor materno” da letra. É verdade que existem passagens na Escritura que comparam o amor de Deus ao da mãe, mas daí a colocar na boca de Deus que Ele criou a terra com “amor materno” é uma forçação de barra incrível. Seria esta uma forma de aproximação das falsas divindades femininas ligadas ao culto da terra e da fertilidade? Se assim for, colocar tal letra num canto da Igreja seria uma temeridade e pecado de enorme proporções.

Nossa mãe terra, Senhor,
Geme de dor noite e dia.
Será de parto essa dor?
Ou simplesmente agonia?!
Vai depender só de nós!
Vai depender só de nós!

Deus não nos abandonou a nossa própria sorte. Esse refrão recorda uma heresia antiga, que dizia que Deus só agiu no momento da criação e que após isso a deixou seguir seu próprio curso sem mais nenhuma intervenção ou acompanhamento, quando na verdade, nós católicos sabemos que  Deus vela por sua obra o tempo todo e nada ocorre sem que Ele permita. Uma frase mais correta poderia ser: depende também de nós, mas nunca só de nós.

2. A terra é mãe, é criatura viva;
Também respira, se alimenta e sofre.

É de respeito que ela mais precisa!
Sem teu cuidado ela agoniza e morre.

Já ouviram falar na hipótese de Gaia? Ideia absurda que atribui sentimentos ou consciência ao planeta, na prática é quase que uma divinização da Terra. É de doer que os maiores absurdos eco-radicais tenham encontrado espaço numa música que se pretende católica.

 4. Olha as florestas: pulmão verde e forte!
Sente esse ar que te entreguei tão puro…
Agora, gases disseminam morte;
O aquecimento queima o teu futuro.

Vemos na última linha dessa estrofe uma clara referência ao fenômeno do aquecimento global. Evento este no mínimo duvidoso, já que a própria comunidade científica  se divide a esse respeito. Difícil falar de aquecimento global quando o hemisfério norte enfrenta o inverno mais rigoroso das últimas décadas. O autor aqui mostra o aquecimento global como uma realidade científica definitiva. Será? Tenho minhas reservas.

Sinto muito, mas um hino com tantos erros não poderei cantar. E penso que nenhum católico o deveria fazer.

Em Cristo,



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