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A missão da mulher

Não é difícil perceber que a mulher dos nossos dias conquistou espaços e direitos nem sequer imaginados por mulheres de outros tempos. Isso é algo incontestável, e a maior prova deste fato é que a mulher tem alcançado cada vez mais posições de liderança em muitos países, inclusive no nosso, onde o posto máximo, de presidente da república é ocupado atualmente por uma mulher.

Junto com as conquistas das mulheres, que são legítimas, é justo fazer uma análise mais profunda dessa transformação pela qual passou e ainda está passando a sociedade contemporânea. A mulher não conquistou apenas um lugar ao sol, foi muito mais do que isso, na verdade o que vem acontecendo é uma completa reinterpretação do ser mulher e da sua missão nas famílias e na sociedade. Uma verdadeira revolução de proporções incríveis.

Deus criou homem e mulher com igual dignidade, a mesma dignidade humana, à sua imagem e semelhança. Mas Deus também lhes deu papéis específicos, missões diferenciadas para cada um. Abrir mão dessa diferenciação natural é trair o projeto original de Deus que tem na família tradicional (homem, mulher e filhos) a base da sociedade humana.

A mulher quer trabalhar fora? Ok. Quer se realizar profissionalmente? Não há mal nisso. Quer dar uma melhor condição econômica a sua família? Legítimo. Difícil é realizar tudo isso sem que haja prejuízo na formação e educação dos filhos e na própria estrutura do casamento. É um grande desafio!

Muitos gostam de repetir que as mulheres de outras gerações eram “paus mandados”, que para elas tudo estava bom, aceitavam de tudo, e que era por isso que seus casamentos duravam. Talvez até haja algo de verdade nessa afirmação, mas sejamos honestos, será que as mulheres de hoje, tão independentes, são mais felizes do que aquelas de outrora que com muita doação e sofrimento lutavam por seus casamentos? Vejam, isso é apenas uma comparação grosseira. Nem toda mulher de hoje é independente e nem toda mulher de ontem era passiva. O matrimônio se tornou mais instável e muito disso se deve a esse novo papel da mulher na sociedade.  A independência financeira feminina gerou também, em alguns casos, uma autossuficiência perigosa, orgulhosa, que pode estar na raiz da ruína de muitos relacionamentos.

Outra consequência grave, digo gravíssima, foi a “terceirização” da educação dos filhos. Muitas avós tem sido verdadeiras mães dos seus netos, menos mal que seja assim, mas nem por isso deixa de ser um fenômeno preocupante. Isso sem falar nas mães que se privam o dia inteiro da companhia dos seus filhos para mandá-los para creches, muitas vezes para ganhar um salário ínfimo. Será que vale a pena? É a pergunta que muitas mulheres deveriam se fazer, mas não fazem, apenas agem no automático. Não tenho dúvidas em afirmar que se muitas mães pudessem hoje ficar em casa colaborando na formação dos seus filhos estariam contribuindo de maneira muito mais positiva para a formação de uma sociedade mais humana e menos esquizofrênica que a atual.

Temos ainda outra consequência dessa emancipação feminina que tem sido divulgada como algo positivo, mas que na verdade não é: a brusca queda na taxa de natalidade da população brasileira. Há cinquenta anos tínhamos uma média de 6,0 filhos por mulher, hoje estamos abaixo da taxa de reposição que é de 2,1. Isso indica uma futura estagnação da população brasileira, e talvez daqui a poucas décadas poderíamos até se estar falando de encolhimento populacional. Consequência direta desse possível inverno demográfico será um déficit cada vez maior na previdência e a queda na oferta de mão de obra, o que implicaria entre outras coisas numa desaceleração econômica, fazendo com que o país dependa de mão de obra estrangeira para poder crescer.  

Quem viver enfrentará esse quadro dramático, se algo não for feito para reverter essa situação. Essa reversão tem que partir não apenas do Estado e das leis, mas primeiramente e principalmente da mulher que está querendo cada vez mais ter menos filhos. Muitas vezes estes são vistos como um estorvo, alguém que pode amarrar o seu desempenho profissional ou limitar suas ambições. É duro perceber essa inversão de valores: filhos que sempre foram bênçãos em todas as culturas, lugares e épocas se tornaram agora fardos.  Mulheres jovens com um ou dois filhos já falando em laqueadura como se essa mutilação absurda fosse a coisa mais natural do mundo. Triste.

Estamos enfrentando aquilo que poderia chamar ainda de uma fase de acomodação histórica, ou melhor, uma fase que se seguirá ao atual deslumbramento da mulher moderna. É preciso achar urgentemente o ponto de equilíbrio, porque um melhor futuro para a humanidade passará também pelas escolhas das mulheres.

Não é o igualitarismo mutilador de gênese marxista que irá tornar a mulher mais plena e feliz, o caminho para que isso aconteça está na verdade na redescoberta da sua única e insubstituível missão na família e na sociedade.

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