Era noitinha de 26 de outubro de 2014, o Brasil aguardava
ansioso o desfecho de mais uma eleição presidencial em segundo
turno. De um lado a presidente Dilma Roussef tentando a sua
reeleição e o quarto mandato seguido do PT, do outro lado o senador mineiro do
PSDB, Aécio Neves.
Nunca esquecerei aquele
gosto de guarda-chuva aberto da garganta. Após liderar a maior parte da
apuração, Aécio foi ultrapassado no finalzinho por Dilma que ganhou (será?!) o
pleito. A apuração secreta aconteceu numa sala do TSE onde só estavam Dias
Tóffoli e mais 20 técnicos desse tribunal. Tóffoli era o presidente do TSE a
época, mas era também conhecido como ex-advogado do PT e amigão de José Dirceu
Brasileiro é um sujeito
engraçado. Costuma se vangloriar das coisas mais “no sense”. Somos
Penta, temos o maior carnaval do mundo e nem os Estados Unidos e o
Japão têm urnas eletrônicas como as nossas. Isto é verdade, não têm e nem
querem ter. Nossas urnas são conhecidas como urnas de primeira geração, e o que
isso quer dizer? É um mecanismo arcaico que não emite uma contraprova física
que possibilita uma posterior conferência da contagem de votos. Atenção: Nenhuma
outra nação avançada do mundo adota mais esse sistema obsoleto, não auditável.
Como pudemos durante
tanto tempo nos orgulhar de uma tranqueira dessas? Será que Alemanha, Japão e
Estados Unidos não seriam capazes de desenvolver mecanismos como o nosso? Claro
que conseguiriam, não o fizeram porque suas populações rejeitam. Sabem que o
papel é ainda a forma mais segura de se contar, conferir e se preciso for
reconferir o resultado de uma eleição, enquanto que na urna brasileira, somos
obrigados a acreditar cegamente no resultado daquela caixa preta, e quem põe em
isso em dúvida é tachado de teórico da conspiração.
Toda essa desconfiança
poderia ter sido minorada ou mesmo eliminada, se a Lei 13.165/2015 que trata do voto impresso (https://www12.senado.leg.br/noticias/materias/2015/12/28/eleicoes-terao-voto-impresso-a-partir-de-2018) tivesse sido posta em prática. A lei
era bastante simples e basicamente dizia que era para se colocar uma impressora
adaptada em cada urna onde o votante poderia conferir o seu voto impresso antes
dele cair numa cumbuca ou recipiente inviolável. No caso de contestação de
votos em uma seção eleitoral, bastaria que se recontassem os votos impressos na
presença dos fiscais dos partidos como de fazia antigamente no voto de papel.
Mas infelizmente, o TSE, a PGR e o STF fizeram de tudo para que o povo
brasileiro não tivesse qualquer acesso a essa importante auditagem,
desrespeitando a lei, eles mantiveram a apuração secreta, empurrando mais essa
goela abaixo da população, não obstante, a esmagadora maioria dos parlamentares
terem derrubado o veto da ex-presidente Dilma nas duas casas legislativas para
aprovar a lei.
Durante muito tempo nós
brasileiros fomos bovinamente adestrados para não contestarmos essas urnas. Era
quase uma blasfêmia fazer isso, mas agora tudo mudou. A imensa maioria da
população desconfia delas, confiança absoluta nessas urnas é provável que se
encontre somente nas penas adestradas da mídia, nos caciques políticos e na turma
da PGR, STF e TSE. O povo acordou.
A suspeita que paira
sobre a eleição é culpa do TSE, PGR e STF, e não de Bolsonaro que só levantou a
bola hoje na “live” que fez do hospital.
Fiquemos atentos. Voto
de papel já!
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