(Sequencia do brilhante artigo escrito pelo grande defensor da vida Pe. Luiz Carlos Lodi da Cruz - extraído do site: http://www.providaanapolis.org.br)
Quando
um cidadão encontra o Partido dos Trabalhadores, encontra um tesouro. Vale a
pena vender tudo para comprar o campo onde o tesouro está enterrado. O PT não é
o melhor dos partidos políticos. É o único partido verdadeiro. Os outros são
simulacros de partido.
A
alegria de ter encontrado a verdade, faz com que o cidadão, para filiar-se ao
PT, renuncie a tudo. Uma vez filiado, ele não terá mais direito de escolher
seus candidatos. Seu dever será “votar nos candidatos indicados” pelo Partido.
(Estatuto do Partido dos Trabalhadores, aprovado em 05/10/2007, art. 14, inciso
VI). Se for candidato a um mandato parlamentar, deverá reconhecer expressamente
que o mandato não é seu, mas que “pertence ao partido” (art. 69, inciso I). A
obediência ao Partido é sagrada. Está acima de tudo: de suas opiniões pessoais,
de suas convicções, das reivindicações dos eleitores. Só em casos extremamente
excepcionais, o parlamentar poderá ser dispensado de cumprir as ordens do alto,
para seguir sua consciência ou o clamor dos que nele votaram (art. 67 § 2º).
Com
alegria o filiado pagará anualmente uma contribuição proporcional ao seu
rendimento (art. 170). Se ocupar um cargo executivo ou legislativo, a
contribuição não será anual, mas mensal, obedecendo a uma tabela progressiva
(art. 171 e 173). Mas a alegria de ser filho do verdadeiro Partido faz com que
todas essas imposições pareçam leves.
Dentro
do Partido, zela-se não só pela unidade (“que todos sejam um”), mas pela
uniformidade. Frações, públicas ou internas ao Partido, são
expressamente proibidas (art. 233 §4º). No entanto, os filiados podem
organizar-se em “tendências” (art. 233). Estas, porém, estão submissas às
decisões partidárias e ao encaminhamento prático do Partido (art. 238). Nenhum
filiado poderia, por exemplo, organizar uma tendência para combater o
“casamento” de homossexuais ou a legalização do aborto, que são bandeiras do
Partido. As tendências não podem ter sedes próprias (art. 235 “caput”), não podem
reunir-se com não-filiados (art. 235 §3º) e não podem difundir suas posições
fora do Partido (art. 236 §1º). Mesmo que uma tendência deseje publicar
documentos seus contendo posições oficiais do Partido, está proibida de fazê-lo
(art. 236 §2º). O petista submete-se a todo este mecanismo de controle, ciente
de que o Partido sabe o que faz.
Se
sou vereador e o Partido me proíbe de propor um projeto de lei pró-vida, não
tenho motivo para reclamar. O Partido deve ter suas razões. Se sou senador e
cabe a mim a tarefa de emitir um relatório sobre um projeto de aborto, eu, por
fidelidade ao PT, não posso manifestar-me contra a proposta. Devo agradecer ao
Partido por ele, benignamente, permitir que eu passe o encargo de relator a um
colega abortista. Se sou deputado federal e o Partido manda que eu me ausente
de uma sessão deliberativa, onde meu voto, contrário ao aborto, atrapalhará a
aprovação de um projeto, a resignação será minha melhor atitude.
Tudo
isso e muito mais vale a pena. Pois todos os outros partidos são comprometidos
com as oligarquias, com o neoliberalismo, com a classe dos opressores, e não
dão importância aos pobres, aos excluídos, aos marginalizados, aos explorados,
aos sem voz e sem vez. Pertencer ao PT é uma glória tão grande que justifica qualquer
custo.
Se
sou petista, pouco me importa que Lula e Fidel Castro tenham fundado em 1990 o
Foro de São Paulo para fortalecer a ditadura cubana, após a queda da União
Soviética.
Se
sou petista, não quero saber por que durante anos nenhum parlamentar petista,
desde a mais humilde Câmara Municipal até o Senado Federal, ousou propor um
projeto de lei antiabortista. Nem me interessa questionar a punição de dois
deputados que ousaram apresentar propostas legislativas pró-vida.
Se
sou petista, pouco me importa que Dilma Rousseff defenda a legalização do
aborto como “questão de saúde pública”[9].
Muito menos que Dilma e Lula tenham assinado em dezembro de 2009, o 3º Programa
Nacional de Direitos Humanos, que defende a descriminalização do aborto, o
reconhecimento da prostituição como uma profissão, a união civil de pessoas do
mesmo sexo e a adoção de crianças por duplas homossexuais[10].
Aliás,
o bom petista jamais chegaria até esta linha do artigo. Muito antes já teria
parado a leitura por considerá-la perigosa à fé que ele tem no Partido.
Agora,
uma pergunta final, com vistas às eleições de outubro: pode um cristão votar no
PT? Só há um jeito: trocar sua Certidão de Batismo pela Certidão de Petismo.
Duas religiões antagônicas não podem coexistir num mesmo fiel.
Um cristão não pode apoiar com seu voto um
candidato comprometido com o aborto:
– ou pela pertença a um partido que obriga o
candidato a esse compromisso (é o caso do PT)
– ou por opção pessoal.
Anápolis, 12 de julho de 2010.
Pe. Luiz Carlos Lodi da
Cruz.
[9]
Dilma Rousseff defende legalização do aborto. 28 mar. 2009, Diário do Nordeste,
in: http://diariodonordeste.globo.com/materia.asp?codigo=626312
[10]
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2009/Decreto/D7037.htm.
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