(Brilhante artigo escrito pelo grande defensor da vida Pe. Luiz Carlos Lodi da Cruz - extraído do site: http://www.providaanapolis.org.br)
1. Existe algum partido da Igreja Católica?
A Igreja, justamente
por ser católica, isto é, universal,
não pode estar confinada a um partido político. Ela “não se confunde de modo
algum com a comunidade política”[1] e admite que os cidadãos tenham “opiniões legítimas, mas discordantes entre si,
sobre a organização da realidade temporal”[2].
2. Então os fiéis católicos podem-se filiar a
qualquer partido?
Não.
Há partidos que abusam da pluralidade de opinião para defender atentados contra
a lei moral, como o aborto e o casamento de pessoas do mesmo sexo. “Faz parte
da missão da Igreja emitir juízo moral também sobre as realidades que dizem
respeito à ordem política, quando o exijam os direitos fundamentais da pessoa
ou a salvação das almas”[3].
3. O Partido dos Trabalhadores (PT) defende algum
atentado contra a lei moral?
Sim.
No 3º Congresso do PT, ocorrido entre agosto e setembro de 2007, foi aprovada a
resolução “Por um Brasil de mulheres e
homens livres e iguais”, que inclui a “defesa
da autodeterminação das mulheres, da descriminalização
do aborto e regulamentação do atendimento a todos os casos no serviço
público”[4].
4. Todo político filiado ao PT é obrigado a acatar
essa resolução?
Sim.
Para ser candidato pelo PT é obrigatória a assinatura do Compromisso do Candidato Petista,
que “indicará que o candidato está
previamente de acordo com as normas e resoluções
do Partido, em relação tanto à campanha como ao exercício do mandato”
(Estatuto do PT, art. 128, §1º[5]).
5. Que ocorre se o político contrariar uma
resolução do Partido como essa, que apoia o aborto?
Em
tal caso, ele “será passível de punição,
que poderá ir da simples advertência até o desligamento do Partido com renúncia
obrigatória ao mandato” (Estatuto do PT, art. 128, §2º). Em 17 de setembro
de 2009, dois deputados foram punidos pelo Diretório Nacional. O motivo alegadoé
que eles “infringiram a ética-partidária
ao ‘militarem’ contra resolução do 3º Congresso Nacional do PT a respeito da
descriminalização do aborto”[6].
6. O PT agiu mal ao punir esses dois deputados?
Agiu
mal, mas agiu coerentemente. Sendo um partido abortista, o PT é coerente ao não
tolerar defensores da vida em seu meio. A mesma coerência devem ter os cristãos
não votando no PT.
7. Mas eu conheço abortistas que pertencem a
outros partidos, como o PSDB, o PMDB, o DEM...
Os
políticos que pertencem a esses partidos podem ser abortistas por opção
própria, mas não por obrigação partidária. Ao contrário, todo político filiado
ao PT está comprometido com o aborto.
8. Talvez haja algum político que se tenha filiado
ao PT sem prestar atenção ao compromisso pró-aborto que estava assinando...
Nesse
caso, é dever do político pró-vida desfiliar-se do PT, após ter verificado o
engano cometido.
9. Houve políticos que deixaram o PT e se filiaram
ao Partido Verde (PV). Os cristãos podem votar neles?
Infelizmente
não. Ao deixarem o PT e se filiarem ao PV, eles trocaram o seis pela meia
dúzia. O PV é outro partido que exige de seus filiados a adesão à causa
abortista. Seu estatuto diz: “São deveres dos
filiados ao PV: obedecer ao Programa
e ao Estatuto” (art. 12, a )[7]. E o Programa do PV, ao qual todo filiado deve obedecer, defende a
“legalização
da interrupção voluntária da gravidez”[8].
10. Que falta comete um cristão que vota em um
candidato de um partido abortista, como o PT?
Se o cristão vota
no PT consciente de tudo quanto foi dito
acima, comete pecado grave, porque
coopera conscientemente com um pecado grave. O Catecismo da Igreja Católica (n. 1868) ensina sobre a cooperação
com o pecado de outra pessoa: “O pecado é um ato
pessoal. Além disso, temos responsabilidade nos pecados cometidos por outros,
quando neles cooperamos: participando
neles direta e voluntariamente; mandando, aconselhando, louvando ou aprovando
esses pecados; não os revelando ou não os impedindo, quando a isso somos
obrigados; protegendo os que fazem o mal.” Ora, quem vota no PT, de fato
aprova, ou seja, contribui com seu voto para que possa ser praticado o que
constitui um pecado grave.
Anápolis, 12 de julho de 2010.
Pe. Luiz Carlos Lodi da Cruz.
[1]
Concílio Vaticano II, Constituição Pastoral “Gaudium et Spes”, n. 76.
[2]
Concílio Vaticano II, Constituição Pastoral “Gaudium et Spes”, n. 75.
[3]
Catecismo da Igreja Católica, n. 2246, citando “Gaudium et Spes, n. 76.
[4]
Resoluções do 3º Congresso do PT, p. 80. in: http://old.pt.org.br/portalpt/images/stories/arquivos/livro%20de%20resolucoes%20final.pdf
[5]
Estatuto do Partido dos Trabalhadores, Versão II, aprovada pelo Diretório
Nacional em 5 out. 2007, in:
http://www.pt.org.br/portalpt/dados/bancoimg/c091003181315estatutopt.pdf
[6] DN
suspende direitos partidários de Luiz Bassuma e Henrique Afonso. Notícias. 17 set. 2009, in:
http://www.pt.org.br/portalpt/documentos/dn-suspende-direitos-partidarios-de-luiz-bassuma-e-henrique-afonso-254.html
[7]
http://www.pv.org.br/download/estatuto_web.pdf
[8] Programa: 7 - Reprodução Humana e Cidadania
Feminina, in: http://www.pv.org.br/download/programa_web.pdf.
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