INTRODUÇÃO
A vida
atual é muito corrida. Muitos são os compromissos que demandam nosso tempo como
estudo e trabalho e os momentos de lazer e descanso raramente são
aproveitados para reflexões mais profundas. A tentação de nos escondermos em
nosso ativismo ou dissipações é muito presente e o risco de vermos a vida
passar sem que nos detenhamos em questões relevantes é considerável.
Isso me
motivou a propor esse humilde artigo para evidenciar questões importantes
do microcosmo humano que muitas vezes têm sido
negligenciadas até mesmo por pessoas de boa fé. Espero que seja um auxílio para
reflexão pessoal, e queira Deus, de revisão de atitudes, o que resultará não
apenas em benefício próprio, mas influenciará para que se fortaleça a cultura
da vida em nosso meio.
Ainda
que muitos não tenham percebido, há no mundo hoje uma intensa batalha
espiritual e cultural. Tenta-se de todas as formas expulsar Deus e seus
valores da nossa sociedade. Ideologias anticristãs e antifamília vêm tentando
se impor seja pelo dinheiro/propaganda ou ainda pela ocupação sistemática de
espaços políticos, jurídicos e educacionais.
Nessa
investida pesada contra os valores civilizacionais cristãos, a ciência, e até
mesmo a reta razão têm sido muitas vezes desprezadas, postas mesmo
de joelhos diante das imposições ideológicas. Evidências científicas são ignoradas
e em seu lugar erguem-se as alterações semânticas criando uma verdadeira novilíngua de
maneira a ludibriar nossa percepção. Prova inconteste da confusão do tempo
presente é a atual discussão sobre a ideologia de gênero, esse absurdo
contemporâneo que é a negação das diferenças evidentes entre o sexo masculino e
feminino que são facilmente observáveis até mesmo por uma criança.
Outra
questão importante que se impôs, foi a discussão artificial e enganosa sobre
quando seria o início da vida humana. Renomados médicos, cientistas e
geneticistas do século passado debruçaram-se sobre esse importante tema e já
tinham chegado à conclusão irrefutável que a vida humana se inicia na
concepção. Existe extensa literatura científica a esse respeito. É um
sofisma, e uma grande falácia afirmar que não dá para precisar com clareza
o início da vida humana, sobretudo com todos os recursos técnicos dos quais
dispomos atualmente. Tais argumentos não se sustentam.
A Igreja que sempre defendeu a vida humana desde o seu início mais
incipiente, viu essa verdade ser amplamente comprovada pela ciência
do século XX. O ser humano, feito a imagem e semelhança de Deus, tem valor por
si mesmo. Ele não vale pelo que produz, ou pela sua idade, nem mesmo pelo seu
tamanho. Um embrião ou um homem não diferem em dignidade, mas somente em
estágio de desenvolvimento.
A REALIDADE ATUAL
O fato
de que a vida humana começa na concepção gera muitas consequências de ordem
ética/moral na vida de cada um de nós, mas de modo particular nos que
trabalham na área médica ou farmacêutica.
No mundo
atual onde temos tanta facilidade para acessar informações, é de se estranhar
que conhecimentos básicos de embriologia sejam ignorados por grande parte
da população e até mesmo por profissionais da área de saúde. O conhecimento
está ao alcance de nossas mãos, mas insistimos em não as esticar. Soma-se a
essa ignorância culpável ou não, a desinformação plantada por aqueles
que desejam lucrar com a confusão, através do silêncio conivente e
linguagem ambígua.
Os
promotores do aborto sempre se valeram da ignorância, do imobilismo, e do
silêncio cúmplice para fazer avançar sua agenda nefasta. O avanço da
ciência e a popularização dos exames de diagnósticos pré-natais que hoje
permitem que se ouça o coraçãozinho da criança com poucos dias de vida, causou
grandes estragos nas estratégias homicidas dos abortistas. Diante desse novo
quadro, eles perceberam que a sensibilização das mães e profissionais
precisaria ser combatida com mais astúcia e desinformação. E foi o que fizeram.
O
professor John Wilks (Especialista em ciências farmacológicas
e prática farmacêutica. Membro da Associação Australiana de Consultores de
Farmácia e da Academia de Ciências de Nova York) diz que “nestes
últimos anos, se verificou uma transferência semântica na própria definição
da concepção, ou seja, do início da vida humana. De fato, esta última foi
separada do seu vínculo natural com a fecundação e posposta para o momento
em que acontece o implante do embrião na mucosa do útero materno. Esta
transformação de significado obedeceu a uma estratégia de justificação
legal das técnicas de fecundação “in vitro”. (Lexicon, p.
121). Diria mais: serviu também como uma espécie de anestesia de consciências.
Ao se reduzir o zigoto, a uma espécie de ““pré-embrião” de até
14 dias”, estaria descartada com isso a obrigação de protegê-lo,
passaríamos de uma vida humana em estágio inicial para apenas “algo”, um
amontoado de células, passível de ser eliminado sem maiores consequências
morais. Desse modo passou-se desavergonhadamente a também chamar de
contracepção, aquilo que na verdade era a destruição de um embrião que
não tinha ainda se fixado na parede do útero materno (nidação).
Obviamente
que a manobra acima relatada não possui nada de científico, mas é ideologia em
seu estado mais puro, uma maneira de justificar a fecundação “in
vitro”, o uso indiscriminado dos anticoncepcionais e também da pílula do
dia seguinte sem que os lucros bilionários dos conglomerados farmacêuticos
fossem afetados por possíveis dilemas morais de seus clientes/parceiros.
Essa
ciranda de morte, este frágil castelo de cartas, mais cedo ou mais tarde irá
ruir pela força da verdade que se imporá, isso é certo. Atualmente ele só
se mantém em pé graças a espiral de desinformação e silêncio cúmplice que ainda
o circunda.
Nesse
terrível contexto se inserem os preparados hormonais vendidos em nossas
farmácias sem qualquer tipo de preocupação com as consequências de sua
comercialização, infelizmente.
Os anticoncepcionais
orais atuais possuem um efeito secundário ou adicional
anti-implantatório, eles atuam na parede do endométrio de maneira a dificultar
a fixação do embrião nela. Essa ação, longe de ser acidental, é desejada pelos
laboratórios, e funciona como mecanismo de barreira no caso de a ação primária
contraceptiva falhar. Ora, se esse efeito secundário
impede a nidação, então podemos afirmar sem medo de errar
que anticoncepcionais orais, são abortivos em potencial.
(https://www.bifarma.com.br/manual/gestinol-3-cartelas-com-28-comprimidos-manual.pdf);
(https://www.bulas.med.br/p/bulas-de-medicamentos/bula/583522/tamisa+sem+parar+30.htm)
(https://padrepauloricardo.org/episodios/abortos-ocultos)
Infelizmente,
um outro preparado hormonal ainda pior, vem aumentando em muito a sua
popularidade nesses dias: a pílula do dia seguinte. Essa
verdadeira bomba hormonal, possui carga equivalente a 10 anticoncepcionais e é
vendido falaciosamente como um contraceptivo de emergência. Isso
é mais uma manipulação semântica para enganar incautos. Sua principal
ação é a abortiva, não descartando também a ação contraceptiva em
algumas situações, dependendo do período em que foi ingerido e se houve ou não
a fecundação nesse ínterim.
CONCLUSÃO
Diante
de nós está a mais terrível estrutura de morte da história humana, o
genocídio dos embriões, sua principal diferença em relação às outras
tragédias humanitárias é o silêncio e a indiferença com que ele ocorre. Quantos
milhões de seres humanos são impedidos de ver a luz do dia por conta da
desinformação, ganância e egoísmo? Como a nossa sociedade poderá
subsistir se não proteger àqueles que lhe são mais indefesos e inocentes?
Diante
desse quadro desafiador, urge que cada um a seu modo, com mais ou menos
capacidade, seja um promotor da cultura da vida, inicialmente reformando
os próprios costumes, e depois divulgando essas verdades fundamentais a
respeito do início da vida humana.
Que Deus
nos ilumine e nos ajude a promover a cultura da vida, a frear a cultura de
morte e colaborar com o Criador para a construção de uma sociedade mais
justa e fraterna, inspirada no Evangelho dAquele que é o Deus da Vida, Nosso
Senhor Jesus Cristo.
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