O Brasil católico ficou estupefato diante do comentário do arcebispo de Cascavel sobre a comunhão na boca, numa recente Santa Missa de Crisma. O reverendíssimo arcebispo durante alguns minutos foi elencando argumentos estranhos e sem quaisquer fundamentos na lei da Igreja para justificar sua repulsa à forma tradicional, adotada universalmente pela Santa Igreja, para se distribuir a Santíssima Eucaristia, forma esta jamais revogada, que é sobre a língua.
Os comentários do arcebispo
precisam ser rebatidos, para que não fique nenhuma dúvida que o ataque à comunhão
na boca, não possui nada de litúrgico, e que a repulsa a esta prática não possui nenhum lastro na prática bimilenar da Igreja. Vamos então à algumas pérolas, profundamente
lastimáveis, proferidas por Dom José Maro:
“Comunhão na boca é lá da
idade média, do milênio passado até”
“Não faz sentido comungar
na boca, está fora do tempo”
Não é verdade que a comunhão na
boca é algo circunscrito á Idade Média. A prática é muito antiga e se estende até
os dias de hoje como regra universal da Igreja. O arcebispo, em nome de uma
preferência pessoal, parece ignorar algumas verdades históricas da Igreja, o
que é profundamente lamentável.
“Ministro da Eucaristia
comungando na boca, não faz sentido”
Faz todo o sentido. Uma vez que o
ministro da Eucarista precisa comungar da melhor forma possível,
primeiro para si mesmo, e depois para servir de exemplo para comunidade
“Concílio Vaticano II – gente adulta
come com as próprias mãos”
O Concílio não tratou desse tema.
E a comunhão na mão só foi liberada como um indulto, sendo assim, pode vir a
ser proibida de novo, bastando para isso a suspensão do indulto dado pela Santa
Sé.
“Eu ficaria muito decepcionado
se tem catequista fazendo catequese de comunhão na boca, isso é um contrassenso
é contra tudo o que a Igreja tem procurado pregar”
Não é verdade. A Igreja mantém
até hoje como forma ordinária a comunhão na boca, sendo a comunhão na mão
apenas um indulto, como já disse, passível
de revogação.
“agora os jovens comungando na
boca é anacronismo, está fora do tempo”
Não, não é. Os jovens possuem Fé
na Presença Real e estão estudando e tomando ciência que a comunhão na boca é a
forma que menos risco oferece de
profanação, enquanto comparada, por exemplo, com a comunhão na mão.
“é uma questão de dignidade,
comer com as próprias mãos”
“quem ganha comida na boca, a
criança, o nenê que ainda não tem coordenação, ou o velhinho que está com
Alzheimer, coisa assim...”
Não tem nada a ver essa fala. Não
estamos falando de um alimento qualquer. Estamos falando de Deus, de Jesus
Cristo na Santíssima Eucaristia. O alimento comum, eu o recebo de forma comum,
o Pão do Céu, é a Igreja que me dá, a comunhão na boca é a melhor forma de se
comungar porque restringe muitíssimo os riscos de profanação, além de sublinhar o caráter
especialíssimo de Quem se está recebendo, distinguindo-O do alimento comum.
“é uma questão de visão de
Igreja, de visão de mundo”
Nisto, eu concordo com o arcebispo. A perseguição à comunhão na boca é apenas uma visão equivocada da Igreja, de matriz progressista, excessivamente ecumênica. Foram os protestantes, os primeiros a rejeitar a comunhão na boca, mas no caso deles, onde há apenas um símbolo, isso faz até algum sentido, mas não para nós católicos que temos e cremos na Presenca Real de Nosso Senhor Jesus Cristo. Infelizmente a imposição da comunhão na mão, juntamente com o desestímulo de se receber a Sagrada Eucaristia de joelhos, são formas de se reduzir os sinais exteriores de reverência e adoração à Santíssima Eucaristia, que com o tempo podem minar a Fé na Presença Real, infelizmente. Nós somos homens, compostos de alma e corpo e devemos adorar a Deus com o nosso interior e nos nossos gestos também.
“vê lá nos Atos dos Apóstolos,
se tem Comunhão na boca”
Não, não tem, é uma verdade da
Tradição. Tudo o que está na Bíblia é verdade, mas nem toda a verdade está facilmente
explicitada na Bíblia. Católicos creem na Sagrada Escritura e na Sagrada
Tradição
Concluo. O arcebispo de Cascavel, sem querer, nos revelou de maneira inequívoca, o quanto são fracos, e sem quaisquer fundamentos, os argumentos de todos aqueles que perseguem a comunhão na boca. Sem saber, Dom José Maro, com suas pérolas, muito provavelmente ajudará ainda mais na restauração da comunhão na boca na Igreja no Brasil.
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