Recentemente, o bilionário Elon
Musk, de quem eu ainda tenho sérias reservas, publicou no seu "X"
que o Brasil precisaria escolher entre Alexandre de Moraes e a democracia. O
Brasil da ditatoga está chamando a atenção do mundo e da pior maneira possível. Embora eu não nutra nenhuma simpatia pelas ditas democracias liberais, é verdade que esses
badalados regimes defendem, ao menos em tese, uma ampla e equivocada
liberdade de expressão (embora o tempo do covidismo tenha
jogado isso por terra). Sabe-se que o liberalismo, que dá vazão a todo
tipo de egoísmo, é o germe do caos e, portanto, indefensável sob qualquer
ângulo, e ele sempre acaba descambando ou na anarquia ou na tirania, que viria no
final do ciclo tentar botar um pouco de ordem nas coisas. A liberdade de que
precisamos não é a irrestrita, sem freios, do liberalismo, mas a liberdade
segundo o conceito católico, balizada pelo bem e pela verdade, que procedem de
Deus e antecedem ao homem. Fato é que sob o atual regime persecutório de
Moraes-STF iniciado quase sem alarde em 2019, a liberdade vem se tornando cada
vez mais escassa em nossa cara pátria.
Quando há 10 anos atrás, milhões
de brasileiros foram as ruas, manifestando-se em favor do Brasil, contra a
corrupção, e exigindo o impeachment de Dilma, havia sim, durante esse tempo,
uma legítima esperança de que o país poderia ser passado a limpo. A operação
Lava-Jato parecia muito promissora, avançava cada vez mais, subia cada
vez mais de nível, e chegou até mesmo a revelar em planilhas de beneficiados do
enorme esquema de corrupção alguns apelidos inusitados como o famoso “amigo do
amigo do meu pai” (https://crusoe.com.br/edicoes/50/o-amigo-do-amigo-de-meu-pai/),
que resvalava em figurões importantes da República. De repente a coisa mudou, e
a operação Lava-Jato, infelizmente, foi desmontada, sendo os seus agentes
perseguidos e muitos dos condenados por ela, que tinham até devolvido dinheiro
oriundo de corrupção para o Estado, soltos. Se a Lava-Jato cometeu alguns excessos, fato é
que o bebê foi jogado fora junto com a água do banho, e isso me parece
perceptível para qualquer brasileiro minimamente atento. Anular todos os
esforços de moralização da Lava-Jato parecia algo inacreditável, mas eles
conseguiram! Como dizem por aí, o sistema é bruto.
É nesse contexto que surge a
figura de Alexandre de Moraes. Pouco mais de cinco anos atrás como um relator
escolhido à dedo, num inquérito imoral e ilegal na sua raiz, e que transformou
o Brasil inteiro num quintalzinho do STF, sujeito aos mais diferentes caprichos
e vilanias de um ministro que passou a agir como se fosse um Xerife que iria salvar a democracia, livrando o país das
trevas das fakes news e dos crimes do gabinete do ódio. (https://www.gazetadopovo.com.br/instituto-politeia/inquerito-toffoli-ilegal/). Bem,
ao menos era essa a propaganda alardeada (em parte, ainda é!), que nem
por um segundo me convenceu. São tantos os abusos perpetrados por Alexandre de
Moraes, por tanto tempo e contra tanta gente de bem que fico realmente a pensar se
tamanha liberdade de ação não teria sido costurada antes nos bastidores, em algum tipo
de acordo secreto entre os membros de certa oligarquia politíca, jurídica e
midiática (talvez até com um velado apoio internacional, quem sabe?) para que
fosse dado a tal ministro algum tipo de “carta branca”, e por algum tempo, para
que este fizesse o que julgasse preciso para livrar o Brasil do risco
obscurantista de um novo tipo de fascismo imaginário. Reitero que isto é apenas
uma reflexão de minha parte, diante dos absurdos praticados por Moraes, e
também da completa e estranhíssima inação das ditas instituições democráticas
diante dos seus notáveis e reiterados excessos.
Fato é que faz muito tempo que o país padece sob os desmandos de Alexandre de Moraes. Depois do 08 de janeiro em Brasília, que para mim, cada dia que passa se confirma mais como uma operação de falsa bandeira, assim como o 06 de janeiro americano no Capitólio, cujo o modus operandi parece que importamos, a coisa só piorou, e brasileiros inocentes tiveram as suas vidas gravemente prejudicadas, sofrendo todo o tipo de humilhação e privação, tendo seus bons nomes lançados na lama por causa de uma trama ridícula que quer convencer (com o apoio indecente da velha mídia) que um pequeno grupo de baderneiros (infiltrados?), cercado por uma multidão de patriotas inocentes que estavam desconfiados de um processo eleitoral viciado e eivado de dúvidas, contra o qual eles legitimamente protestavam e lutavam para que se tivesse mais transparência, estariam ameaçando o Estado de Direito numa tarde de domingo numa Brasília vazia de autoridades. A verdadeira e principal ameaça ao Estado de Direito deve ser creditada principalmente na conta daqueles que irresponsavelmente tudo fizeram para semear a desconfiança e a indignação no coração do povo brasileiro, bloqueando todos os esforços de transparência eleitoral. O fatídico 08 de janeiro não é causa de nada, está mais para consequência (talvez desejável?) de um longo processo de humilhação e desrespeito às aspirações do povo brasileiro que infelizmente decambou em protestos que geraram quebradeiras. O cheiro de armadilha sempre esteve no ar.
O Brasil de bem não suporta mais as vilanias de Alexandre de Moraes. Embora, o ministro ainda conte com alguns simpatizantes, principalmente entre os eleitores do descondenado, seu descrédito e rejeição só aumentam. No entanto, perante a elite jurídica do país, principalmente entres os seus pares no STF, para o PGR, no governo Lula, em parte da velha imprensa, e também junto ao estático Pacheco, o prestígio de Alexandre de Moraes parece estar ainda inabalado. Será tudo isso mera simpatia pelo ministro? Será que eles compraram a ideia de que Alexandre é mesmo o baluarte da democracia que precisávamos em determinado momento? Ou existiriam outras causas menos nobres para um apoio tão incondicional? Ainda não sabemos, mas quanto mais as coisas vão ficando difíceis para Alexandre, mais os seus parceiros incondicionais vão sendo expostos perante a opinião pública nacional e até mesmo internacional que começaria a estranhar como que as coisas realmente se dão por aqui.
Pais de famílias inocentes e
patriotas foram presos, muitos foram soltos, mas com tornozeleiras eletrônicas,
e ficaram proibidos de postar em redes sociais. O Clesão morreu. Outros,
perderam sua boa fama e emprego injustamente e lutam para recomeçarem suas
vidas. E para piorar o triste quadro há ainda uma maioria silenciosa que
por alguma razão se contentou em se nutrir apenas de notícias da velha mídia,
e, contra os fatos, contra o bom senso e a verdade, compraram a capenga versão
de que todos os que foram perseguidos por Alexandre de Moraes eram realmente
criminosos.
Precisamos despertar e reagir
diante do mal que avançou e muito no nosso país. Quanto mais rápido a sociedade
e as instituições rejeitarem as ameaças, as censuras injustas, as chicanas, as
claras ilegalidades, a perseguição injusta a um determinado espectro político e
o achaque feito às escondidas, melhor. Se não reagirmos agora, a coisa
pode piorar ainda mais. Não podemos continuar a dar de ombros para a tirania
que se instalou no Brasil.
O impeachment de Alexandre de
Moraes não é apenas uma pauta bolsonarista ou partidária, o impeachment de
Alexandre de Moraes é uma urgentíssima pauta brasileira, patriota. Todas as pessoas que sofreram por conta dos abusos reiterados de Moraes, aguardam ansiosamente por justiça, e o Estado brasileiro precisa resolver logo este passivo. Resolvendo este primeiro e importante problema é preciso ir atrás de todos os outros que abusaram reiteradamente de sua prerrogativas. O nosso pântano também precisa ser drenado.
Luciano Perim Almeida
Comentários
Postar um comentário