Bendito seja o Espírito
Santo Paráclito, Deus Consolador e Alma da Igreja. O Espírito de Deus jamais
cessou de agir na história da Igreja e não é diferente nos dias atuais, em
tempos de profunda crise de Fé.
É no atual contexto de
crise e confusão alarmantes, que um conhecido cardeal, cumprindo bem a sua
missão perante à Igreja, nos recorda através de uma manifestação clara,
sucinta e inequívoca, as verdades de sempre sobre Deus, a Igreja e o homem (https://diesiraept.blogspot.com/2019/02/manifesto-do-cardeal-gerhard-muller.html). Graças a Deus, esse facho de luz veio dissipar as trevas
do erro e da mentira que insistem em penetrar na Igreja, desviando seus membros
da sua real missão que é a salvação das almas.
Pouco tempo atrás num
curso de preparação da iniciação cristã em que eu participava na minha paróquia,
quando era membro dessa equipe, o formador* escolhido para palestrar nesse
dia, declarou publicamente que a existência e a eternidade do inferno seriam
incompatíveis com a realidade de um Deus misericordioso. Obviamente que ele não
disse exatamente com estas palavras, mas este era o sentido real de sua fala,
coisa que pude comprovar, arguindo-lhe, também publicamente, na mesma ocasião.
Infelizmente, essa
liderança da Igreja não é uma voz isolada, ouso dizer que seja até mesmo
maioria em alguns círculos católicos. É uma triste amostra do quanto estamos
deficientes em relação à verdadeira doutrina da Igreja.
"A misericórdia de Deus é-nos dada para que
possamos cumprir os seus Mandamentos para nos conformarmos à sua santa vontade
e não para evitar o chamamento à conversão". Nesse ponto, o
Cardeal Muller nos alerta que pregar um "misericordiosismo"
sem compromisso, é uma adulteração da Misericórdia Divina que em Jesus é
plenamente unida à Justiça. Nós podemos e devemos nos beneficiar da Infinita
Misericórdia de Deus, sem a qual nós estaríamos ainda cativos pelos nosos pecados, mas não devemos
abusar da mesma. A crença numa caricatura de misericórdia que não nos
exige arrependimento e conversão, mas que nos mantém descansados em nossos
pecados e misérias, não passa de uma perigosa ilusão que pode por em risco a
nossa própria salvação. E foi seguindo essa ideia soberba e absurda de não
reconhecer a perfeita conciliação em Deus, da Misericórdia e da Justiça, mas
simplesmente anulando esta última, que alguns teólogos embarcaram nesse engodo
de negar a existência do castigo eterno.
Outro ponto muito
importante do Manifesto é a reafirmação da doutrina de sempre da
Igreja sobre a indissolubilidade do Sacramento do Matrimônio, e a
impossibilidade de uma pessoa divorciada e recasada civilmente, que continue a
realizar os atos próprios que são lícitos apenas no casamento, de receber o
Sacramento da Eucaristia quando o primeiro casamento tiver sido válido. A
Igreja sempre ensinou essa verdade: a indissolubilidade de Matrimônio, sinal da
aliança entre Deus e a Igreja, e alguns mártires tombaram por crer nisso. Feliz
também é a citação de Gálatas 1,8. "Mas, ainda que nós mesmos ou um
anjo do céu vos anuncie outro evangelho além do que já vos tenho anunciado,
seja anátema." Ninguém, absolutamente ninguém, pode alterar a
lei de Cristo, a autoridade confiada à Igreja é para ensinar e defender a
Verdade nos revelada pelo Senhor, jamais para deturpá-la.
Dou glória a Deus,
porque mais um príncipe da Igreja ouviu os anseios do povo de Deus que tanto sofre
em meio ao silêncio de muitos dos seus pastores. Deus que nos orienta com seu
Espírito Santo, confirmou com essa manifestação do Cardeal Muller o nosso
"sensus fidei".
Nosso Senhor jamais
abandonará a sua Igreja. Pode ser que um dia ela volte a se tornar pequena
novamente, mas o importante é que Ele sempre estará à frente dela.
Que possamos repetir
como São Pedro diante da pergunta do Senhor depois deste ter sido abandonado
por muitos: "Senhor, a quem iríamos nós? Tu tens as palavras de vida
eterna."(São João 6,68.)
Obrigado Senhor! Deus
abençoe o Cardeal Muller.
Link com o manifesto: https://diesiraept.blogspot.com/2019/02/manifesto-do-cardeal-gerhard-muller.html
* Tempos depois (cerca
de três anos) encontrei o mesmo formador na rua do meu município, ao abordá-lo
sobre esse assunto, ele me disse que não sustentava mais o erro exposto por ele
no curso de iniciação cristã que contrariava o ensinamento tradicional da
Igreja em relação ao inferno da condenação.
Parabéns cumpadre, pelo belíssimo texto! AMDG!
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