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Marçal é a direita permitida e caricata.

O boicote à candidata direitista, Marina Helena, do Novo, no último debate na Rede Globo, no último dia 03/10 revelou o quanto o debate público e político tem sido cerceado nos últimos tempos em nosso país, infelizmente. Não importa as alegações da emissora, se é que teve alguma. Cercear arbitrariamente a única candidatura substancialmente de direita é um fato evidente por si mesmo, independente de quaisquer intenções.

Porque Marina Helena assusta tanto? A candidata do Novo é jovem, preparada, conservadora, e até onde sabemos, muito honesta. Além disso abraçou a principal pauta política do brasileiro nos últimos tempos, que é o impeachment, para lá de necessário, de Alexandre de Moras, o tirano de toga que tem oprimido o Brasil há tempos. Além disso, Marina se posicionou corajosamente contra a decisão carniceira e bárbara de Moraes que suspendeu a resolução do CFM, que proibia a desumana prática de assistolia fetal para bebês viáveis.

Marçal, não tem nada a ver com o Bolsonaro de 2018. Bolsonaro, não obstante suas fraquezas e limitações (todos as temos!) cristalizou em determinado momento as legítimas aspirações políticas dos brasileiros cansados do “teatro das tesouras”, presente no processo eleitoral desde a redemocratização de 85, pelo menos. Em 2018, o brasileiro, em sua maioria cristão e conservador, encontrou um candidato, com chances, que se mostrava disposto a lutar com determinação contra as agendas antinaturais do aborto e da  ideologia de gênero, por exemplo.  Com menos de 10 segundos de TV no primeiro turno e um movimento orgânico, Bolsonaro se elegeu naquilo que pode ser considerado um fenômeno eleitoral que pegou até o establishment de surpresa. 

Enquanto isso, Marçal, ao agir como um provocador, sem limites, vai conseguindo para alegria da esquerda e comunistas, canibalizar a direita, e ainda contribuir para que o espantalho da mesma se fixe ainda mais no imaginário de tantos quantos já acreditavam que os direitistas eram mesmos uns rudes. Além disso, apesar de ser famoso, homem, e tido por muitos como uma pessoa corajosa e  determinada, tinha se mostrado fraco (ao menos até mudar de opinião no dia de ontem, 04/10, numa entrevista ao Allan dos Santos), diante do maior desafio político do nosso tempo que é o impeachment de Alexandre de Moraes.

Concluo. A vitória de Marçal, caso se consolide, não será a vitória da direita, mas no meu entendimento, a sua desmoralização. Na minha opinião, Marçal poderia ter usado da sua projeção para apoiar uma candidatura mais apta e coerente com os anseios de cristãos, conservadores e direitistas. 

Um lembrete: melhor do que se guiar apenas por pesquisas eleitorais que tantas vezes se mostraram falhas, na melhor das hipóteses, é seguir a própria consciência que precisa estar bem formada. A projeção de candidatos baseada na propaganda e no poder financeiro dos partidos, em vez das qualidades morais dos mesmos é o atestado do fracasso do sistema democrático.

Luciano Perim Almeida

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