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Falsa prudência

Ouvi com muita atenção a recente entrevista do virologista e professor da USP, Paolo Zanotto à conhecida jornalista Leda Nagle. Está no Youtube (https://www.youtube.com/watch?v=vqtypEV-x0s&t=874s), e penso que devido ao conhecimento, coragem, clareza e franqueza do entrevistado, esta será uma das principais referências no futuro para compreendermos melhor o momento de obscuridade e confusão pelo qual estamos passando nessa pandemia.

Entre tantas informações, Zanotto cita vários exemplos de sucesso da aplicação da hidroxicloroquina em associação com a azitromicina no combate na fase viral (precoce) do coronavírus. Citou os exemplos atuais de grande sucesso como o do médico e microbiologista francês Didier Raoult que desenvolveu um protocolo em Marselha que salvou centenas de vidas. (https://brasilsemmedo.com/por-que-voce-nao-ouve-falar-de-didier-raoult/). Tem ainda os exemplos promissores do doutor Vladimir Zelenko de Nova York que defende ainda a inclusão do zinco em seu protocolo, também com excelentes resultados e os protocolos de Madrid, replicado num município do Piauí e da PreventSenior que foram igualmente exitosos.

Em um mundo marcado pela dinâmica e velocidade da informação é de se estranhar que tais informações não tenham chegado a muitos governadores, prefeitos e secretários de saúde do nosso país. Ao mesmo tempo que estudos comprovadamente falsificados como o de Manaus (https://conexaopolitica.com.br/ultimas/a-militancia-medica-esquerdista-por-tras-da-pesquisa-com-alta-dosagem-de-cloroquina-em-manaus/) e também o lixo publicado pela Lancet, rapidamente encampado pela OMS (https://www.dw.com/pt-br/autores-pedem-retrata%C3%A7%C3%A3o-de-estudo-sobre-cloroquina/a-53691396), tiveram grande e rápida aceitação dos nossos políticos, embora tais estudos tivessem gravíssimos problemas metodológicos, como o uso de doses inadequadas do medicamento (para se dizer o mínimo) e ainda aplicação em fase tardia da doença, onde a droga já não possui o efeito desejado. Analisando friamente a péssima qualidade desses estudos e a sua grande repercussão na mídia, tem-se a forte impressão que eles foram feitos de maneira a desacreditar o uso da cloroquina para atender interesses escusos. Sendo assim, a fala de Zanotto que pede um “Nuremberg II” ao final dessa pandemia não é fora de propósito, porque tudo levaria a crer que está sendo cometido um crime premeditado contra a humanidade. Que tudo seja minuciosamente apurado e caso haja culpa que os responsáveis paguem devidamente por isso.

O nível de exigência que a mídia e o meio político estão impondo a esses novos protocolos médicos é algo inédito. Essa falsa prudência, covardia, ou sabe-se lá o quê,  tem atrasado a implantação de um protocolo que, segundo algumas fontes, já salvou milhares de vida em todo o mundo e que poderia, em tese, ter salvado tantas outras no Brasil, se já tivesse sido aplicado. Mas o imobilismo exigente de nossos políticos tem sido irresponsável e devastador. Não estamos falando de um produto novo ou de uma vacina nova que exigiria muitos testes iniciais, mas de um velho conhecido que está no mercado há setenta anos e com patente vencida. Estima-se que 20 bilhões de doses de cloroquina e hidroxicloroquina já foram administradas nesses anos todos, esse “rasgar de vestes” atual não faria então o menor sentido. Só para refrescar a memória, há poucos anos atrás, aqui mesmo no Brasil, descobriu-se em estudos laboratoriais que  a hidroxicloroquina poderia ser indicada para grávidas para prevenir microcefalia nos casos de zikavírus, e na época não houve nenhuma campanha midiática demonizando a droga e nem se fez a exigência de publicação de estudos randomizados e duplo cegos em revistas científicas como condição necessária para o uso da medicação (http://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2016/05/medicamento-ja-usado-contra-malaria-pode-proteger-fetos-contra-zika.html) e  nem o PT entrou com pedido no Supremo pedindo o fim da divulgação do tratamento (https://www.oantagonista.com/brasil/pt-vai-ao-supremo-para-proibir-bolsonaro-de-recomendar-cloroquina/),  o que só aumenta a estranheza em relação ao nível de certeza e exigência que estão nos impondo agora. Não se trata aqui de defender automedicação, mas porque boicotar um tratamento com acompanhamento médico que está se revelando tão promissor em diversas partes do mundo?

No final da entrevista Zanotto citou um exemplo ocorrido na segunda guerra mundial, onde os japoneses, que eram inimigos dos ingleses e americanos, através dos seus médicos, trocaram uma informação preciosíssima com estes, que ajudou a salvar a vida de muitos soldados feridos em guerra. Na falta de plasma, utilizou-se água de coco filtrada como alternativa para deter o sangramento e salvar vidas. A comprovação científica veio apenas em 1954, segundo o entrevistado, mas na guerra tiveram que usar o que tinham em mãos, era aquilo ou nada. Não dava para esperar.

Nós também estamos em guerra. Desprezar a clínica médica em situações extremas em nome de uma prudência, no mínimo exagerada, é algo inaceitável, isso para se dizer o mínimo, podendo até mesmo ser uma atitude criminosa dependendo da negligência, ou se comprovado, de interesses escusos, daqueles que possuem o poder de decisão.

Não existe saída fácil, mas desprezar o bote salva-vidas que nos foi dado em meio ao mar revolto com a desculpa de que estamos esperando um navio, jamais será a melhor saída.

Já perdemos tempo demais.


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