Vivemos tempos diferentes. Tempos que nos fazem enxergar a realidade com uma crueza que jamais poderíamos sequer imaginar. As narrativas dominantes do passado se confrontam com fatos atuais e se espatifam diante da realidade que se impõe.
Depois que a esquerda dominou as universidades, a grande mídia, e alcançou postos importantes no Judiciário e Ministério Público, além, é claro, de ter chegado ao mais alto cargo do Executivo do país, ficou muito mais fácil limpar a barra do pessoal que queria nos anos 60 implantar a ditadura do proletariado, mas que hoje diz ter lutado pela democracia.
Paradoxalmente, entre os anistiados do passado, há também aqueles que hipocritamente gritam à pleno pulmões o infame mantra “sem anistia” para aposentados, velhos, cabelereiras e donas de casas que cometeram o terrível “crime” de estar na hora e local errados no fatídico “08 de janeiro”.
Se isso já é o suficiente para enojar qualquer cidadão de bem, infelizmente, a coisa pode piorar, e muito. Anteontem, 25 de outubro, em plena Catedral da Sé, num evento em homenagem ao jornalista Vladimir Herzorg, morto há 50 anos, num crime atribuído ao Regime Militar, vimos para nossa tristeza, o ímpio grito de “sem anistia” ecoar mais uma vez dentro de um templo católico, local sagrado, repetindo a triste cena protagonizada pelo padre Júlio Lancelotti, há poucas semanas numa igreja do nordeste.
Como católico, eu estou triste e indignado com toda essa situação. É inaceitável que agendas políticas e ideológicas continuem a manchar o espaço sagrado dedicado ao culto e adoração a Deus.
As injustiças praticadas contra brasileiros inocentes por um judiciário parcial e com viés ideológico não podem ser reverberadas ou estimuladas dentro de templos católicos. Isso é errado, muito errado, e está longe de representar a opinião dos fiéis. Que os nossos pastores tomem as devidas providências para inibir ações desse tipo.
Luciano Perim Almeida
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