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O establishment contra-ataca

“EUA e Brasil estão irmanados na fé em Deus, contra a ideologia de gênero, o politicamente correto e as fakes news. Queremos uma América grande e um Brasil grande também”.   (Presidente Jair Bolsonaro, Washington DC, 19/03/2019)

Em janeiro deste ano no artigo http://blogdoperim.blogspot.com/2019/01/a-batalha-esta-so-comecando.html escrevi que a eleição do presidente Jair Bolsonaro foi um importante ponto de inflexão na trajetória político-cultural do Brasil, mas que isto era apenas o início. O processo de restauração da nação brasileira será longo e difícil.

A vitória de Bolsonaro jogou o establishment nas cordas, mas este rapidamente se reorganizou para minimizar suas perdas. Na verdade, o poder formal de um presidente da república no Brasil, ainda que seja considerável, é pequeno em face do aparato descomunal de um sistema viciado por décadas de velha política, estruturado na falta de transparência, corrupção e autopreservação. É como se Bolsonaro fosse um vírus poderoso provocando a reação de todo o sistema imunológico ameaçado.

Relaciono abaixo, alguns exemplos dessa vigorosa e tempestiva contraofensiva do establishment ao governo Bolsonaro:

1.   Falsa prioridade da Reforma da Previdência

A primeira e bem sucedida estratégia do establishment foi sequestrar a agenda do governo, ainda antes da posse. Desde o início se sabia que a Reforma da Previdência seria um assunto muito delicado e complexo. Por mais que fosse um tema importante, não era prioritário para o eleitor de Bolsonaro que o elegeu por outras razões. A mídia (que serve ao status quo) armou a arapuca e o governo caiu como um patinho. Melhor seria se o presidente tivesse se mantido fiel ao seu instinto inicial de fazer pequenos ajustes pontuais e de pontos menos sensíveis da previdência. Economizaria esforços, evitaria desgastes já no começo do governo e concentraria as baterias em outros assuntos mais relevantes como um maior controle da criminalidade e a aprovação do Estatuto do Nascituro, por exemplo. A reforma da previdência é hoje o principal entrave ao avanço e discussão da agenda conservadora na Câmara.   

2.   A ação da extrema-imprensa

A ação da mídia militante é de longe a principal estratégia para se desgastar a imagem do presidente no dia a dia perante a população. A campanha de difamação é virulenta e parece ser organizada, tamanha a hegemonia, repetição e amplitude nos diversos meios de comunicação. Não importa o quanto sejam positivos os resultados em qualquer setor do governo, a cobertura midiática age no sentido de esconder ou minimizar o que é bom (contas positivas, redução da máquina pública, combate a corrupção, fim do toma lá dá cá no Congresso, obras de infraestrutura que em pouco tempo saíram do papel) e amplificar ninharias, dando dimensão de hecatombe para coisas ínfimas (casos Benianno e Queiroz). Tudo isso parece seguir uma cartilha pré-determinada, como pode ser conferido num podcast de uma entrevista dada pelo editor-chefe da revista Piauí. Nela, ele cita uma possível fala em "off" de quatro colegas com cargos de chefia na grande imprensa, a Folha de São Paulo é citada nominalmente na entrevista, e o objeto de tal conversa, segundo o editor-chefe da Piauí, seria “prejudicar Bolsonaro fingindo fazer jornalismo”(http://www.caneta.org/noticias/diretor-de-revista-ligada-a-folha-afirmou-que-jornal-tentaria-pegar-bolsonaro-de-qualquer-jeito/, https://fb.watch/rw6GGEdd9g/)

3.   O Judiciário como contrapeso ao conservadorismo do governo

Outro setor mobilizado contra o governo e a sua agenda conservadora e vencedora nas eleições é o Judiciário através do seu órgão máximo, o STF. Os ministros se autoproclamaram o fiel da balança e se acham no dever de equilibrar a democracia brasileira acelerando ainda mais a pauta liberal nos costumes, ainda que para isso tenha, que rasgar a Constituição Federal que em tese teriam o papel de defender. O julgamento inconclusivo da ADO 26 que pode criminalizar a homofobia e instituir uma perseguição velada aos cristãos é uma amostra do que está por vir.

Como o povo brasileiro ainda é em sua imensa maioria conservador nos costumes e o Congresso é o mais conservador em décadas, o atalho via ativismo judicial tem sido o único caminho para se impor a ditadura politicamente-correta, multicultural e essencialmente anticristã de uma oligarquia globalista.

4.   Difamação dos grupos de direita e exacerbação do conceito de fake news

Numa sincronia e coincidência impressionantes, grande mídia e STF embarcaram numa cruzada para limitar a influência das redes sociais. Em 14/03/2019 o presidente do Supremo, ministro Dias Toffoli, num ato estranho à natureza do poder judiciário abriu um inquérito para apurar as chamadas fake news e também ameaças aos integrantes da corte (https://www1.folha.uol.com.br/poder/2019/03/podem-espernear-a-vontade-diz-ministro-sobre-criticas-a-inquerito-do-stf.shtml). Apenas dois dias depois o jornalista José Fucs do Estadão fez uma listagem dos principais sites jornalísticos e influenciadores de direita nas redes sociais classificando-os como uma rede “jacobina” organizada, uma verdadeira milícia digital. O senhor Fucs, não considerou a possibilidade de o movimento de direita ser espontâneo e refletir uma expectativa represada da população brasileira. Como o mundo real não coube na sua narrativa explicou-se tudo como um complô com um comando central e adesão de milhares de robôs. Link: https://politica.estadao.com.br/noticias/geral,rede-bolsonarista-jacobina-promove-linchamento-virtual-ate-de-aliados,70002758175.

Mas nada foi mais grave que a postura autoritária do ministro Alexandre de Moraes em entrevista no dia 19/03/2019. Agindo como se ainda fosse o Secretário de Segurança Pública de São Paulo ou Ministro da Justiça passou a impressão que comandaria pessoalmente as investigações da PF e da Polícia de SP contra as chamadas fake news.

Esse ato despótico e ostensivo do STF deveria ter feito uma imprensa sadia gritar e denunciar a exaustão, mas infelizmente poucos deram a devida repercussão a esse fato gravíssimo. Sua excelência, senador David Alcolumbre, presidente do Senado, que foi eleito justamente para ser um anti-Renan, não reagiu com a firmeza e clareza esperadas aos excessos desse Supremo que legisla quando bem quer e que agora agiu de ofício. Ele alega temer um rompimento institucional. Ora, esse rompimento (sem alarde) não poderia já ter ocorrido há algum tempo, desde o momento que o STF passou a invadir reiteradamente a seara de outro poder sem qualquer constrangimento? A diferença é que agora eles botaram de vez o pé na porta. A situação já é tão absurda e grave que talvez não seja nem mais caso de se esperar qualquer ação do presidente do Senado, que é quem pode por em votação os pedidos de impeachment dos ministros do STF,  e sim das Forças Armadas que poderiam ser demandadas por artigos constitucionais em situações específicas.

Conclusão

Não votamos em Jair Messias Bolsonaro por causa da reforma da previdência. Sendo ela necessária ou não, essa pauta nunca moveu seus eleitores e o Brasil tem outras prioridades não-econômicas que não podem esperar. Votamos em Bolsonaro por causa de suas (nossas!) bandeiras específicas: livrar o país do socialismo, proteger nossas crianças da ideologia de gênero, desintoxicar nossa educação do marxismo cultural, e defender a liberdade religiosa* em nossa pátria. Mais segurança, saúde e emprego são igualmente importantes, mas isso também poderíamos encontrar nas propostas dos demais candidatos.

Inspirando-me na ideia do professor e filósofo Olavo de Carvalho, sugiro ao presidente que se dirija ao povo brasileiro ao menos uma vez por mês em cadeia nacional de rádio e TV para prestar contas de sua administração. Além de mostrar serviço, será um contraponto importante a cobertura midiática negativa que acaba influenciando os mais simples que não são acostumados com internet ou redes sociais.

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* Defendo o conceito católico de liberdade religiosa. Esse conceito visa sobretudo proteger a liberdade de culto dos fiéis de toda coação ou proibição injusta ou exagerada por parte do Estado. As diferentes crenças devem se manter dentro do justo limite do bem comum. Toda vez que eu defender o conceito de liberdade religiosa neste livro, será de acordo com o entendimento da Santa Mãe Igreja a este respeito.


Comentários

  1. Gostei prima, é desse jeito muita perseguição nosso Presidente tem passado nesses quase 90 dias de governo. Que Deus proteja nosso Capitão e que ele tenha sabedoria para ir em frente afim de mostrar para o povo que ele é honesto e está defendendo o nosso Brasil da corrupção.

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  2. Desculpe primo da palavra prima saiu errada e não consigo consertar, boa noite Deus o abençoe!

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