Todos assistimos
estupefatos, as terríveis cenas de crianças e bebês sendo lavados com jatos
d’água para minimizar os efeitos das armas químicas usadas esta semana lá na
Síria. Estimam-se em 80 o número de mortos, sendo pelo menos 30 crianças o que
torna o crime ainda mais brutal.
Toda a mídia se apressou
em condenar o regime de Bashar al-Assad como o responsável por essa barbárie. O
presidente Donald Trump de maneira aparentemente precipitada bombardeou uma
base aérea síria de onde supostamente teria partido o ataque com armas
químicas, e o mundo entrou no "modo" pânico, pela possibilidade de
choque entre as duas principais potências nucleares, EUA e Rússia (aliada do
regime de Assad).
Em março de 2003, os
Estados Unidos governado por George W. Bush bombardearam e invadiram o Iraque
de Saddam Hussein sob o pretexto de destruir o seu arsenal de armas de
destruição em massa. Depois se descobriu que Bush tomou essa atitude
influenciado por relatórios falsos e fantasiosos de suas próprias agências de
inteligência. Quatorze anos depois a história parece se repetir com a chancela
irresponsável da mídia e o aparente despreparo de Trump que juntos podem estar
levando o mundo e os EUA a um novo abismo.
Vamos aos fatos. Em
janeiro de 2011 a Síria era um dos mais calmos e tranquilos países árabes,
tanto que nesse relato de uma religiosa católica à RTP, foi este o país
escolhido por ela para “descansar” após árdua missão de 12 anos no oriente
médio. Vejam aí: https://www.rtp.pt/noticias/mundo/missionaria-argentina-em-alepo-desde-2011_v964505
Em março de 2011 eclodiu
a “guerra civil” na Síria que na verdade sempre consistiu numa resistência do
povo Sírio e de seu governo/exército a ação do Estado Islâmico, de rebeldes
violentos que sempre foram minoria e a de mercenários estrangeiros financiados
por sauditas entre outros para desestabilizar o governo de Assad.
É nisso que consiste a
“guerra” na Síria, a resistência de um povo e de seu governo às invasões de
grupos bárbaros extremistas. Para a mentalidade frouxa, sentimentalista e
pacifista ocidental, o melhor seria deixar o Estado Islâmico dominar tudo,
exterminar os cristãos, não gerar conflitos, e não reagir legitimamente a essa
invasão. Quase tudo o que se viu na mídia nesses seis anos foi contrainformação
e mentira de maneira a se alinhar aos interesses escusos de uma agenda
geopolítica de árabes e europeus que querem a qualquer custo alijar Assad do
poder e isolar ainda mais a Rússia.
Durante os anos do
governo Obama, os Estados Unidos apoiaram irresponsavelmente os chamados
rebeldes moderados que nunca existiram. Eram rebeldes, assassinos de cristãos,
que receberam armas e dinheiro da administração Obama sob o pretexto de conter
o Estado Islâmico, quando na verdade andavam no rastro dele.
Há cerca de dois anos, a Rússia resolveu apoiar
o exército sírio na sua luta contra os terroristas islâmicos. Suas ações contra
os rebeldes financiados pelo Ocidente e contra o Estado Islâmico renderam
rápido resultado, ao contrário da luta de “faz de conta” de Obama contra o EI.
O exército sírio nesse tempo se fortaleceu e ocupou Aleppo, libertando essa
grande cidade que há anos penava nas mãos do Estado Islâmico.
Hoje pode se dizer que
Assad está vencendo a guerra e retomando pouco a pouco os territórios ocupados
pelos terroristas de diversas matizes. Nesse meio tempo Trump assumiu o governo
e prometeu riscar o EI do mapa, não se concentrando mais em apenas derrubar
Assad como fez o seu antecessor irresponsável. Se analisarmos o cenário atual
com critério e frieza veremos que ele é mais favorável a Assad e contrário aos
rebeldes e ao EI. Nessa linha de raciocínio seria totalmente ilógico e
improvável que Assad justamente no momento que a balança começava a pender em
seu favor iria se desgastar perante a opinião pública mundial usando armas
químicas.
Há uma certa preguiça
mental e má vontade na chamada grande mídia. É óbvio que Assad só teria a
perder se usasse armas químicas e há uma outra possibilidade que tem sido completamente desprezada pela imprensa: seria inacreditável a possibilidade desses rebeldes,
vendo ruir todas as suas esperanças, resolvessem simular contra o seu próprio
povo um ataque químico com o efeito de atrair contra Assad o repúdio de todo o
mundo? Impossível? Não para monstros que decapitam e
crucificam crianças apenas por serem cristãs.
Que se investigue com
isenção e que se punam os culpados.
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