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STF exportando a impunidade

Foi com profunda vergonha e um pouco de asco que reagi à notícia de que o STF acabou decidindo por não revogar a infame decisão do presidente Lula no final de 2010 de rasgar o acordo bilateral entre Brasil e Itália que previa a extradição do facínora Battisti. Na verdade, vergonha dupla, pois em 2009 numa demonstração de fraqueza e incomum submissão ao Executivo, o STF deixou tal decisão nas mãos de Lula, quando simplesmente poderia ter batido martelo nessa questão.

O presidente numa atitude, aparentemente ideológica, decidiu pela não extradição do facínora no último dia do seu governo, na véspera dos festejos de fim de ano, mas nem mesmo isso conseguiu mitigar o impacto da sua presepada. Por incrível que pareça até mesmo a imprensa, em grande parte simpática ao PT, cumpriu muito bem o seu papel, nesse caso específico, denunciando o ato inacreditável do presidente.

Agora, mais uma vez o cavalo passou arreado, já que o governo italiano recorreu da absurda decisão e apelou para o STF que teve mais uma oportunidade para corrigir as coisas. E o que fizeram? Numa votação medíocre, numa patriotada de quinta categoria, se insurgiram contra a “potência estrangeira” italiana e afagaram mais uma vez o agora o ex-presidente, lançando para escanteio a moral, a justiça e a legalidade, tomando as dores de um assassino julgado e condenado pela justiça italiana, que não é nenhum tribunal de exceção.

Se fosse uma trupe da UNE bajulando Lula, seria até esperado, mas eram ministros do STF, que se deixaram envolver pela narrativa petista de que se tratava de um crime político quando na verdade todos sabiam que se tratava de homicídios julgados e condenados pela justiça de um país europeu. Pergunto: são esses os direitos humanos que queremos defender no Brasil, a liberdade de se matar impunemente? Onde estão os direitos humanos das vítimas de Battisti?

Estou indignado. Depois de verificar tanta impunidade em nosso país que trata homicidas com tantos indultos e regalias chegamos agora ao cúmulo de também exportar impunidade.

Não bastasse esse recado absurdo de injustiça que o Brasil manda a toda a comunidade internacional, me vêm ainda o senador Eduardo Suplicy e o presidente Lula, em entrevistas semelhantes, comentarem com que não aceitam ou compreendem a reação do governo italiano. Não compreendem ou não querem compreender? Será que os laços ideológicos que os unem ao assassino italiano lhes  tornaram incapazes de perceber a realidade?

O que mais lamento é que essa politização ideológica chegou com toda a sua força a mais alta corte desse país. Não bastasse o domínio quase que completo nos assentos das universidades e nas redações dos jornais e TVs, agora solapam com toda a força mais esse pilar do estado brasileiro.

Não faz muito tempo dois pugilistas cubanos pediram asilo político no Brasil por ocasião dos jogos Pan-Americanos do Rio em 2007, mas foram perseguidos, localizados e deportados para Cuba em tempo recorde, onde sofreram todo o tipo de retaliação da ditadura comunista dos Castros que aprisiona aquela ilha há mais de cinquenta anos. Tal comparação é emblemática porque nela vemos claramente retratada o quanto pode ser elástica e ideologizada a postura daqueles que atualmente nos governam, infelizmente.

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