Iniciamos mais uma Quaresma e com ela aqui no
Brasil mais uma Campanha da Fraternidade. Esse ano tratando de ecologia,
proteção à Terra, meio ambiente, etc.
Tema atual e relevante é verdade, mas não posso
deixar de manifestar minha contrariedade com o hino da CF desse ano. O
cristão mais atento perceberá que algumas estrofes e o refrão não são
condizentes com a doutrina cristã. Serei conciso analisando as partes que julguei
no mínimo “estranhas”.
1. Olha,
meu povo, este planeta terra:
Das
criaturas todas, a mais linda!
Eu a plasmei com todo amor materno,
Pra ser um berço de aconchego e vida. (Gn 1)
Eu a plasmei com todo amor materno,
Pra ser um berço de aconchego e vida. (Gn 1)
Logo no início do hino duas coisas que me chamaram
mais a atenção:
“Das criaturas todas, a mais linda!” Essa frase não condiz com o que lemos no Gênesis. Deus ao
criar o universo, pôs o homem como ápice de toda a criação. Prova dessa
centralidade humana é a encarnação de Deus em Jesus Cristo, isso sem falar na
narração cronológica e hierárquica do Gênesis. A importância da Terra se dá
sobre tudo por isso, por ser o habitat do homem.
“Eu a plasmei com todo amor materno.” Deus é Pai, e assim se revelou, não
faz sentido então o “amor materno” da letra. É verdade que existem
passagens na Escritura que comparam o amor de Deus ao da mãe, mas essa ênfase despropositada foi uma forçação de barra. Seria esta uma forma de aproximação das falsas divindades femininas ligadas ao culto da terra e da fertilidade? Espero que não, porque se assim fosse, colocar tal letra num canto da Igreja seria uma temeridade e pecado de enorme proporções.
Nossa mãe
terra, Senhor,
Geme de dor noite e dia.
Será de parto essa dor?
Ou simplesmente agonia?!
Geme de dor noite e dia.
Será de parto essa dor?
Ou simplesmente agonia?!
Vai
depender só de nós!
Vai depender só de nós!
Vai depender só de nós!
Deus não nos abandonou a nossa própria sorte. Esse refrão recorda uma
heresia antiga, que dizia que Deus só agiu no
momento da criação e que após isso a deixou seguir seu próprio curso sem mais
nenhuma intervenção ou acompanhamento, quando na verdade, nós católicos sabemos
que Deus vela por sua obra o tempo todo e nada ocorre sem que Ele
permita. Uma frase mais correta poderia ser: depende também de nós,
mas nunca só de nós.
2. A
terra é mãe, é criatura viva;
Também respira, se alimenta e sofre.
É de respeito que ela mais precisa!
Sem teu cuidado ela agoniza e morre.
Também respira, se alimenta e sofre.
É de respeito que ela mais precisa!
Sem teu cuidado ela agoniza e morre.
Já ouviram falar na hipótese de Gaia? Ideia absurda
que atribui sentimentos ou consciência ao planeta, na prática é quase que uma
divinização da Terra. É de doer que os maiores absurdos eco-radicais tenham
encontrado espaço numa música que se pretende católica.
4.
Olha as florestas: pulmão verde e forte!
Sente esse ar que te entreguei tão puro…
Agora, gases disseminam morte;
Sente esse ar que te entreguei tão puro…
Agora, gases disseminam morte;
O
aquecimento queima o teu futuro.
Vemos na última linha dessa estrofe uma clara
referência ao fenômeno do aquecimento global. Evento este no mínimo duvidoso,
já que a própria comunidade científica se divide a esse respeito. Difícil
falar de aquecimento global quando o hemisfério norte enfrenta o inverno mais
rigoroso das últimas décadas. O autor aqui mostra o aquecimento global como uma
realidade científica definitiva. Será? Tenho minhas reservas.
Sinto muito, mas um hino com tantos erros não poderei cantar. E penso que nenhum católico o deveria fazer.
Em
Cristo,
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