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Sobre as manifestações no Brasil

Desde as primeiras manifestações realizadas em São Paulo contra o aumento das tarifas públicas de transporte, eu já havia percebido algo de muito estranho no ar. Cada dia que passava e o movimento engrossava, as minhas impressões iniciais, longe de se dissiparem se confirmavam cada vez mais e mais.
Em nenhum momento senti a alegria ingênua que está tomando o coração de tantos que ao estufar os pulmões têm gritado que o “gigante acordou”, na verdade tenho ficado apreensivo com tanta quebradeira e sem saber muito bem onde tudo isso irá parar. Abaixo exponho as razões do meu ceticismo com essas manifestações.
O Movimento Passe Livre catalisador das manifestações em SP, assim como a UNE e muitas outras ONGs financiadas com o dinheiro público são totalmente aliados ao PT, sendo o MPL radicalmente de esquerda. O protesto contra o reajuste de R$ 0,20 nas tarifas de transporte urbano foi apenas um pretexto para se alcançar o verdadeiro fim que seria o desgaste perante a opinião pública da Polícia, do estado de São Paulo e consequentemente do seu governador que é do PSDB. Jogo eleitoreiro para desalojar o PSDB do estado mais rico da federação em 2014.
Essa gente pensa longe. É lógico que sabiam que diante de tanta quebradeira, violência e vandalismo seria possível prever uma reação da polícia, que por vezes seria truculenta. E que tal reação poderia ser explorada ao máximo pela mídia e pelo próprio PT. Diante de tamanha pressão, não demorou  para que o Governador  de São Paulo capitulasse, cedendo terreno aos anarquistas. Alckmin amarrou a mão da polícia e deu salvo conduto aos manifestantes, além de um péssimo exemplo ao resto do país.
A imensa propaganda midiática que exaltou o “civismo” dos paulistanos estimulou a muitos outros, Brasil a fora, a demonstrarem também a sua insatisfação pelas ruas. Ainda que essas manifestações fossem muito diferentes daquelas de São Paulo, contando com a participação de uma massa mais apartidária e com reivindicações mais difusas não se pode negar que por trás delas havia um núcleo organizador ligado a esquerda radical.
Infelizmente a resposta do Governo Dilma aos pedidos das massas como as melhorias no transporte urbano, melhor saúde e mais segurança foram as esdrúxulas propostas de Constituinte específica e Reforma Política além do jogo de cena com as ONGs e movimentos chapas-brancas recebidos com honras e fotos no Planalto. Isso tudo sem falar no absurdo plebiscito de meio bilhão de reais.

Já em 2007 o PT defendia Reforma Política e Constituinte específica para esse fim, não que essas pautas fossem o melhor para o Brasil e o seu povo, nada disso. Tais manobras, na verdade, servem principalmente para consolidar ainda mais o poder petista. Propostas historicamente defendidas pelos petralhas como financiamento público de campanha e lista fechada de candidatos são monstrengos que precisam ser rechaçadas pelo povo brasileiro.
O fato é que o Brasil, infelizmente, caminha a passos largos para o socialismo e tais propostas emanadas do Executivo só servem para confirmar isso.  Um Estado cada vez maior, mais ineficiente, mais interventor e paternalista que está matando a alma do brasileiro. Triste.
Antes de endossar ou participar das manifestações que se apresentam por aí, é preciso antes pensar se não estamos sendo usados como massa de manobra para interesses de grupos ou pessoas que em nada se conformam com as justas esperanças que trazemos em nossos corações e mentes. Até agora, viu-se que tais protestos tem se mostrado na verdade um tiro no pé, não obstante os incessantes autoelogios e a grande e intrigante propaganda midiática.

Luciano Perim Almeida
Vitória-ES

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